Venezuela: chefe de campanha da oposição é presa e transmite ao vivo sua detenção; veja

A mulher detida foi identificada como María Oropeza e é chefe de campanha no estado de Portuguesa

7 ago 2024 - 09h07
(atualizado às 09h36)
Venezuela: chefe de campanha da oposição é presa e transmite ao vivo detenção
Venezuela: chefe de campanha da oposição é presa e transmite ao vivo detenção
Foto: Reprodução/X/@mariaoropeza94/@ConVzlaComando

Uma chefe regional de campanha da oposição na Venezuela foi presa na terça-feira, 6, segundo a oposicionista María Corina Machado e o partido dela, o Vente Venezuela.

A mulher detida, identificada pelo partido como María Oropeza, fez uma transmissão ao vivo mostrando o momento em que foi levada por policiais. Antes da prisão, ela tinha feito um post nas redes sociais criticando a chamada "Operação Tun Tun", que disponibilizou uma linha de telefone do governo de Nicolás Maduro para denunciar casos de "ódio". No entanto, a campanha pede dados da pessoa que denuncia.

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Oropeza é chefe de campanha de Edmundo González no estado de Portuguesa. Antes, ela coordenava a campanha de María Corina, que foi impedida de concorrer à presidência pelo Tribunal Supremo da Venezuela.

Após a prisão, María Corina fez uma publicação na rede social X (antigo Twitter) pedindo a liberdade da oposicionista. "Uma jovem portuguesa extraordinariamente corajosa, inteligente e generosa. [...] Fez um trabalho extraordinário unindo e organizando os cidadãos do seu estado. O regime acaba de levá-la à força e não sabemos onde ela está. Eles a sequestraram! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam a sua liberdade imediata!", disse.

Também na rede social X, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, criticou a prisão de Oropeza. "A prisão de María Oropeza soma-se ao arquivo de denúncias de crimes contra a humanidade do regime de Maduro, com mais de 1.000 detenções em consequência de perseguição política. Esta irracionalidade repressiva deve ser interrompida agora", escreveu.

Crise na Venezuela

Na última segunda-feira, 5, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela entregou as atas das eleições presidenciais ao Tribunal da República, que é a Corte Suprema do país, segundo a AFP. O objetivo é comprovar se Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições, após o resultado ser contestado pelo candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que se autodeclarou vencedor nas urnas.

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Elvis Amoroso, chefe do CNE, declarou que tudo que foi solicitado foi entregue ao máximo Tribunal da República, durante audiência no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Tanto o CNE quanto o TSJ são acusados pela oposição de servir ao chavismo no poder, e interferir pela permanência de Maduro no poder.

O presidente foi eleito com cerca de 51% dos votos, segundo o CNE. O resultado foi alvo de protesto da oposição, que também denunciou irregularidades na contagem de votos, e disse que o candidato Edmundo González Urrutia havia sido eleito presidente da Venezuela.

A suspeita de irregularidades causou uma onda de violência no país. Na internet, vídeos circularam mostrando críticos de Maduro em confronto com a Guarda Nacional Bolivariana, e paramilitares pró-Maduro. Estátuas que homenageiam o chavismo foram derrubadas. O regime completa 25 anos no poder do país.

O Tribunal Supremo de Justiça pediu as atas da eleição na sexta-feira, 2. A votação aconteceu no dia 28 de julho, reelegendo Nicolás Maduro, em meio a denúncias de fraude. O pedido de investigação foi uma resposta a um recurso apresentado pelo presidente para que o tribunal "certifique" os resultados. A oposição considera que essa não é a competência do órgão.

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Fonte: Redação Terra
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