Uma chefe regional de campanha da oposição na Venezuela foi presa na terça-feira, 6, segundo a oposicionista María Corina Machado e o partido dela, o Vente Venezuela.
A mulher detida, identificada pelo partido como María Oropeza, fez uma transmissão ao vivo mostrando o momento em que foi levada por policiais. Antes da prisão, ela tinha feito um post nas redes sociais criticando a chamada "Operação Tun Tun", que disponibilizou uma linha de telefone do governo de Nicolás Maduro para denunciar casos de "ódio". No entanto, a campanha pede dados da pessoa que denuncia.
Oropeza é chefe de campanha de Edmundo González no estado de Portuguesa. Antes, ela coordenava a campanha de María Corina, que foi impedida de concorrer à presidência pelo Tribunal Supremo da Venezuela.
#AHORA Así secuestró el régimen a María Oropeza ( @mariaoropeza94 ), jefa de campaña del Comando Con Vzla en #Portuguesa .
Sin orden, sin justificación. ¡Son responsables de lo que pase con ella!
¡Basta de persecución! pic.twitter.com/OOGXcL4lZN
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 7, 2024
La “operación Tun Tun” es persecución política contra los venezolanos que defienden la VERDAD, y la verdad es que @EdmundoGU es el Presidente Electo de Venezuela, elegido por una inmensa mayoría el pasado 28 de julio.
Seguimos luchando hasta el final junto @MariaCorinaYA 🇻🇪 pic.twitter.com/3eU9mZzsd0
— María Oropeza (@mariaoropeza94) August 6, 2024
Após a prisão, María Corina fez uma publicação na rede social X (antigo Twitter) pedindo a liberdade da oposicionista. "Uma jovem portuguesa extraordinariamente corajosa, inteligente e generosa. [...] Fez um trabalho extraordinário unindo e organizando os cidadãos do seu estado. O regime acaba de levá-la à força e não sabemos onde ela está. Eles a sequestraram! Peço a todos, dentro e fora da Venezuela, que exijam a sua liberdade imediata!", disse.
Também na rede social X, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, criticou a prisão de Oropeza. "A prisão de María Oropeza soma-se ao arquivo de denúncias de crimes contra a humanidade do regime de Maduro, com mais de 1.000 detenções em consequência de perseguição política. Esta irracionalidade repressiva deve ser interrompida agora", escreveu.
Crise na Venezuela
Na última segunda-feira, 5, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela entregou as atas das eleições presidenciais ao Tribunal da República, que é a Corte Suprema do país, segundo a AFP. O objetivo é comprovar se Nicolás Maduro foi o vencedor das eleições, após o resultado ser contestado pelo candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que se autodeclarou vencedor nas urnas.
Elvis Amoroso, chefe do CNE, declarou que tudo que foi solicitado foi entregue ao máximo Tribunal da República, durante audiência no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Tanto o CNE quanto o TSJ são acusados pela oposição de servir ao chavismo no poder, e interferir pela permanência de Maduro no poder.
O presidente foi eleito com cerca de 51% dos votos, segundo o CNE. O resultado foi alvo de protesto da oposição, que também denunciou irregularidades na contagem de votos, e disse que o candidato Edmundo González Urrutia havia sido eleito presidente da Venezuela.
A suspeita de irregularidades causou uma onda de violência no país. Na internet, vídeos circularam mostrando críticos de Maduro em confronto com a Guarda Nacional Bolivariana, e paramilitares pró-Maduro. Estátuas que homenageiam o chavismo foram derrubadas. O regime completa 25 anos no poder do país.
O Tribunal Supremo de Justiça pediu as atas da eleição na sexta-feira, 2. A votação aconteceu no dia 28 de julho, reelegendo Nicolás Maduro, em meio a denúncias de fraude. O pedido de investigação foi uma resposta a um recurso apresentado pelo presidente para que o tribunal "certifique" os resultados. A oposição considera que essa não é a competência do órgão.