Vídeo mostra evidências de ataque ucraniano e Rússia reforça região de Kursk

9 ago 2024 - 15h37

A Rússia movimentou mais tanques, artilharia e sistemas de foguetes para sua região de Kursk, no sul, nesta sexta-feira, na tentativa de acabar com uma surpreendente incursão das forças ucranianas pelo quarto dia seguido.

Veículos militares destruídos, após um ataque a uma coluna russa em captura de tela obtida de vídeo de mídia social
09/08/2024
Vídeo obtido pela Reuters/via REUTERS
Veículos militares destruídos, após um ataque a uma coluna russa em captura de tela obtida de vídeo de mídia social 09/08/2024 Vídeo obtido pela Reuters/via REUTERS
Foto: Reuters

Em novas evidências de danos infligidos desde o começo da contra-ofensiva ucraniana, um vídeo publicado nas redes sociais e verificado pela Reuters mostrou um comboio de cerca de 15 caminhões militares russos queimados e espalhados em uma rodovia na região de Kursk, alguns com cadáveres. 

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Forças ucranianas cruzaram a fronteira na última terça-feira, pegando o Exército russo de surpresa após meses de avanços graduais das forças de Moscou na região leste da Ucrânia. 

Políticos e militares estão falando em uma "invasão" ucraniana, quase dois anos e meio após Rússia iniciar sua própria invasão contra o vizinho. 

Dois dias depois de o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, informar ao presidente Vladimir Putin que o avanço havia sido interrompido, o Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças "continuam repelindo uma tentativa de invasão das Forças Armadas da Ucrânia ao território da Federação Russa". 

A agência de notícias Interfax veiculou informação do ministério de que a Rússia estava enviando colunas de reforços, com sistemas de foguetes de múltiplos lançamentos Grad, artilharia e tanques.

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O Exército ucraniano continuou em silêncio sobre a ofensiva, embora o presidente Volodymyr Zelenskiy tenha elogiado seu Exército na quinta-feira por sua habilidade de "surpreender" e conseguir resultados. Ele não se referiu explicitamente a Kursk. 

Ben Barry, analista de guerra terrestre do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, em inglês), disse que apesar de seus objetivos estratégicos mais amplos continuarem incertos, a Ucrânia expôs deficiências da Rússia e derrubou a sabedoria convencional sobre a guerra de que o campo de batalha é "transparente" e que nenhum lado poderia avançar sem pesadas baixas. 

"Eles claramente conseguiram um nível de surpresa que sugere que a habilidade da Rússia com inteligência, vigilância e reconhecimento é inadequada", disse, em entrevista por telefone. 

CAMINHÕES DESTRUÍDOS

Um canal ucraniano no Telegram que publicou o vídeo dos caminhões russos destruídos afirmou que eles foram atingidos por um sistema de foguetes HIMARS, fornecido pelos Estados Unidos. 

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Blogueiros russos também atribuíram a culpa a um ataque com o HIMARS, e um deles afirmou que quem quer que tenha dado a ordem para veículos militares se movessem em colunas expostas é um "babaca" que deveria ser fuzilado. 

A Reuters não foi capaz de estabelecer como os caminhões foram destruídos. O MASH, veículo de notícias russo com contatos nos serviços de segurança, disse que o vídeo foi filmado e encaminhado ao canal ucraniano por um homem local, posteriormente preso por suspeita de espionagem.

O Ministério da Defesa da Rússia publicou seu próprio vídeo que, segundo o órgão, mostrava um drone destruindo um tanque e um obus ucranianos perto da cidade de Sudzha. A Reuters não conseguiu verificar a localização. 

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