Uma soldado foi libertada na segunda-feira, 30, após ser feita refém pelo Hamas no dia 7 de outubro, segundo anúncio feito pelo Exército de Israel. Ori Megidish foi encontrada pelas forças israelenses durante uma operação na Faixa de Gaza entre a noite de domingo, 29, e a manhã de segunda-feira.
Ela foi uma das primeiras reféns do grupo extremista, que efetuou o primeiro ataque no dia 7. Ela forneceu informações aos serviços de segurança israelenses durante um interrogatório e retornou para casa, reencontrando a família em Kiryat Gat, sul de Israel, segundo o tenente-coronel Jonathan Conricus, um dos porta-vozes das forças israelenses.
Nas redes sociais, um vídeo que mostra o reencontro entre a soldado e a família viralizou. A reunião familiar teve, inclusive o toque de um shofar, um instrumento de sopro da cultura judaica. Uma das parentes é amparada e recebe um copo d'água diante da forte emoção em rever Megidish.
Mais de 220 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas e outros grupos extremistas em 7 de outubro. Megidish foi a primeira a ser resgatada com vida. Quatro outros reféns foram soltos pelo Hamas. O porta-voz se recusou a dizer onde exatamente Megidish ficou detida, mas informou que ela estava com boa saúde física e mental.
"A soldado Ori Megidish foi libertada durante uma operação terrestre, depois de ter sido sequestrada pela organização terrorista Hamas em 7 de outubro", afirmaram o Exército israelense e o serviço de segurança interna em um comunicado conjunto divulgado nesta segunda-feira. "A soldado foi submetida a um exame médico, está bem e reencontrou a sua família".
Uma foto de Megidish cercada pela família foi divulgada pelo Gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Mais detalhes sobre o resgate não foram divulgados.
Há uma estimativa de que 138 das pessoas sequestradas pelo Hamas possuem passaportes estrangeiros de 25 países. Na última semana, o Hamas anunciou que 50 reféns foram mortos durante os bombardeios israelenses ao enclave palestino.
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
- Desde o início do conflito, mais de 8.005 palestinos morreram, sendo 3.595 crianças e 2.062 mulheres, e mais de 20 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 311 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
- Estima-se que 239 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas; o número exato de capturados, no entanto, já sofreu alterações desde o início dos conflitos; as autoridades israelenses falam em 40 desaparecidas, além dos 239 reféns;
- Em 22 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas e mais de 1.4 milhão de palestinos foram deslocados de suas casas, para outras partes de Gaza, após ordem de evacuação de Israel;
- No 21.º dia do conflito entre Israel e Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, e cortaram o acesso à internet e telefonia dos palestinos. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, ficou também incomunicável;
- Após semanas anunciando uma possível invasão terrestre à Gaza, no dia 28 de outubro, Netanyahu deu aval para operação terrestre e ataques se intensificaram;
- No dia 27 de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza; o Representante palestino na ONU já havia pedido um cessar-fogo imediato; já no Conselho de Segurança da ONU os textos do Brasil, Rússia e EUA foram vetados; a proposta brasileira recebeu um único veto de um membro-permanente, dos EUA;
- Desde o início dos bombardeios, entidades de Direitos Humanos e a ONU alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos chegaram a usar carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
- Ajuda humanitária começou a chegar a Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito;
- Em 17 de outubro, o bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou; já no dia 19, a terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada;
- Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em mais de 1.200 mortos; Benjamin Netanyahu, que já adotava política que incentivava a expropriação de terras palestinas na Cisjordânia, onde o Hamas não tem controle, declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo, iniciando uma nova onda de ataques à Gaza;
- O que é o Hamas? O Hamas é organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
- O que é o cerco à Gaza? A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
- Estado Palestino: os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948 quando o estado de Israel foi fundado.