Sinais titubeantes de uma vida normal estão surgindo em Wuhan, a metrópole chinesa em que a epidemia de coronavírus foi documentada pela primeira vez, após um isolamento de 76 dias que a transformou em uma verdadeira cidade fantasma.
Na quarta-feira, as autoridades da cidade de 11 milhões de habitantes suspenderam as restrições draconianas que adotaram em janeiro, permitindo que as pessoas saiam de carro, trem e avião, que os táxis voltem a atender e que mais negócios não essenciais reabram.
Já nesta quinta-feira, os consumidores foram ao maior setor de compras de Wuhan, a rua Chu River e Han, onde marcas internacionais como Nike e Lego têm lojas e que ficou virtualmente deserta no mês passado devido ao fechamento do comércio.
As pessoas também aproveitaram o clima quente para ir às margens do Rio do Leste de águas doces, enchendo seus estacionamentos, e carros voltaram a circular na rua que leva à estação de trem reaberta de Hankou.
Mas o trânsito continuou muito abaixo dos níveis quase paralisantes que costumavam atormentar a cidade, já que as recomendações do governo nacional para que as pessoas evitem sair sem necessidade continuam em vigor.
Durante o isolamento, o transporte público foi suspenso, as ruas foram interditadas e as pessoas foram obrigadas a ficar em casa para tentar conter a disseminação do coronavírus.
Mesmo assim, mais de 50 mil se infectaram em Wuhan e mais de 2.500 delas morreram, cerca de 80% de todas as fatalidades da China, de acordo com cifras oficiais.
Acredita-se que as restrições severas ajudaram a provocar uma queda acentuada nos números de casos transmitidos localmente em Wuhan e na China enquanto o vírus se transforma em uma pandemia global.