Zelenski diz que "é hora de conversar" e defende integridade da Ucrânia

Presidente ucraniano voltou a falar sobre a guerra em vídeo divulgado no sábado, 19, noite de sexta no Brasil

19 mar 2022 - 09h29
Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia, durante guerra contra a Rússia
Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia, durante guerra contra a Rússia
Foto: Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, defendeu neste sábado, 19 (noite de sexta-feira, 18, em Brasília), a "restauração da integridade territorial" de seu país após 23 dias de invasão russa.

"Quero que todos me escutem agora, especialmente em Moscou. É hora de nos conhecermos. Hora de conversar. É hora de restaurar a integridade territorial e a justiça para a Ucrânia. Caso contrário, as perdas da Rússia serão tais que não terá várias gerações para ascender", disse Zelenski em um vídeo divulgado no site da presidência ucraniana.

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O presidente ucraniano também comentou o evento nacionalista realizado em Moscou, com participação de Vladimir Putin, que reuniu milhares de pessoas no estádio Luzhniki para celebrar os oito anos de anexação da Península da Crimeia. De acordo com o Ministério do Interior russo, cerca de 200 mil pessoas atenderam ao evento - número que Zelenski estima para as tropas russas que participaram da invasão.

"Imagine que há 14 mil cadáveres e dezenas de milhares de feridos e mutilados naquele estádio em Moscou. Já existem muitas perdas russas com esta invasão", disse o líder ucraniano. E completou: "Este é o preço da guerra. Em pouco mais de três semanas. A guerra deve acabar".

Para entender

    Segundo as autoridades russas, mais de 200 mil russos apoiaram nesta sexta-feira a "operação militar especial" na Ucrânia durante o ato patriótico, com slogans como "Por um mundo sem nazismo!", "Pelo presidente!" e "Pela Rússia!".

    Corredores humanitários

    No mesmo pronunciamento, Zelenski afirmou que sete corredores humanitários se formaram na Ucrânia durante a sexta-feira, seis na região de Sumi e um na região de Donetsk, e que mais de 9 mil pessoas conseguiram deixar Mariupol.

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    "No total, mais de 180 mil ucranianos foram resgatados durante os corredores humanitários", detalhou.

    Em contrapartida, o presidente denunciou que militares russos continuam bloqueando o fornecimento de itens humanitários na maioria dos trajetos para as cidades vizinhas.

    "Esta é uma tática perfeitamente consciente. Eles têm uma ordem clara de fazer absolutamente tudo para que a catástrofe humanitária nas cidades ucranianas seja um 'argumento' para os ucranianos cooperarem com os ocupantes", lamentou, ressaltando que essa atitude é "um crime de guerra".

    Coluna de fumaça ganha os céus de Lviv após bombardeio russo à cidade no oeste da Ucrânia. Foto: AP

    Mais cedo, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU alertou para o risco do desabastecimento de comida e água na Ucrânia, principalmente em cidades ucranianas sitiadas pelas forças russas. De acordo com o diretor do PMA, Jakob Kern, a destruição da infraestrutura do país e o desabastecimento de lojas e mercados "desmoronou" toda a cadeia de abastecimento, desacelerando o movimento de mercadorias.

    "Toda figura russa que der essas ordens e todo soldado russo que as executar serão identificados. E receberão uma passagem obrigatória de ida para Haia. Na cidade onde está localizado o Tribunal Penal Internacional", completou Zelenski.

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    O presidente ainda informou que intensos combates foram travados na região de Kharkiv, especialmente perto de Izium, e que o exército ucraniano deteve ocupantes na região de Kiev, Sumi e Chernigov.

    "Parece que seus comandantes militares não podem oferecer à sua liderança política nada além de táticas cruéis e equivocadas para nos desgastar, para desgastar a Ucrânia", considerou.

    Por fim, Zelenski anunciou que continuará nos próximos dias a apelar aos povos do mundo para que peçam paz para a Ucrânia, e mencionou especificamente Suíça, Israel, Itália e Japão./ Com agências internacionais

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