O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado (21) que a guerra iniciada pela Rússia em seu território pode ser encerrada somente por meios "diplomáticos", embora as negociações entre Moscou e Kiev estejam paralisadas.
"A guerra será sangrenta, será travada, mas definitivamente terminará com a diplomacia", disse ele em entrevista a um canal de TV ucraniano.
Zelensky explicou que as conversas entre Ucrânia e Rússia com certeza vão acontecer, mas não sabe em qual formato, "com intermediários, sem eles, em um círculo ampliado, ou em nível presidencial"
"Há coisas que podemos alcançar somente na mesa de negociações. Queremos que tudo volte [a ser como era antes]", mas "a Rússia não quer", acrescentou.
Na última terça-feira (17), o negociador-chefe ucraniano e assessor da Presidência, Mykhailo Podoliak, disse que as negociações entre Moscou e Kiev estão "pendentes" e que o governo russo não mostra "compreensão" da situação.
No dia seguinte, porém, o Kremlin acusou a Ucrânia de "total falta de vontade" de negociar com a Rússia para acabar com a invasão que começou em 24 de fevereiro.
Durante a entrevista, Zelensky enfatizou que uma condição indispensável para a continuidade das negociações é os russos salvarem "a vida dos defensores de Mariupol", que estavam sitiados na siderúrgica de Azovstal, último reduto da resistência ucraniana e que foi tomado pelas tropas russas na sexta-feira (20).
Segundo o líder da Ucrânia, a retomada do diálogo "muito" dependerá dos resultados da troca de prisioneiros que deve envolver os combatentes que deixaram a siderúrgica.
"O mais importante para mim é salvar o maior número possível de pessoas e soldados", enfatizou. "Vamos levá-los para casa. É o que devemos fazer com os nossos parceiros que assumiram a responsabilidade".
Para Zelensky, as tropas ucranianas quebraram "a espinha dorsal do maior ou um dos exércitos mais fortes do mundo". "Psicologicamente fizemos o mesmo. Eles não vão resistir nos próximos anos", concluiu.