O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deverá usar sua presença na Conferência das Partes sobre o Clima (COP27), no Egito, para anunciar a criação do cargo da Autoridade Nacional do Clima e apresentar um convite para que uma das próximas COP, possivelmente de 2025, aconteça no Brasil, disseram à Reuters fontes que acompanham o tema.
A proposta da criação da ANC --inspirada no modelo adotado pelo governo norte-americano de Joe Biden, que colocou neste posto o ex-senador John Kerry-- já havia sido aventada durante a campanha, e foi endossada por Lula ao ser apresentada por Marina Silva como uma de suas propostas ao declarar apoio à candidatura.
Respeitada internacionalmente nos temas ambientais, a deputado eleita e ex-ministra do Meio Ambiente é, hoje, de acordo com fontes da campanha petista, o nome mais cotado para o cargo, previsto para coordenar os esforços interministeriais ligados ao tema.
Já o convite para a que a COP30, de 2025, aconteça no Brasil seria uma demonstração do compromisso que o próximo governo tem de cumprir e melhorar suas próprias metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, além de uma compensação pelo fato do atual governo ter cancelado a COP 25, que deveria ter ocorrido no país.
Ainda como presidente eleito, em novembro de 2018, Jair Bolsonaro pediu que o Brasil não sediasse o encontro, que aconteceria no final de 2019.
"Houve participação minha nessa decisão. Nosso futuro ministro, eu recomendei para que evitasse a realização desse evento aqui no Brasil", disse, à época.
A COP28, de 2023, já está marcada para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Para 2024 ainda não há decisão, mas há uma proposta da Austrália.
Lula vai a COP27 a convite do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal e também do presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, que telefonou para cumprimentá-lo no dia seguinte à eleição. O presidente eleito deve chegar ao balneário de Sharm El-Sheik, onde acontece a conferência, no dia 15 de novembro e partir no dia 18.
De lá, está sendo prevista uma visita de um dia, ainda não confirmada, a Portugal. O presidente eleito recebeu convites de pelo menos sete países para visitas antes mesmo de tomar posse, mas dificilmente poderá aceitá-los devido ao pouco tempo. Está sendo estudada uma visita a Argentina e Uruguai, segundo uma fonte, mas nada foi acertado.