Na ONU, Lula tem microfone cortado após estourar tempo em fala sobre ameaças e "falta de ousadia"; vídeo

Presidente brasileiro discursou na Cúpula do Futuro, em Nova York

22 set 2024 - 12h28
(atualizado às 19h22)
Lula tem microfone cortado após estourar tempo em discurso na ONU
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste domingo, 22, na Cúpula do Futuro, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), que o mundo não pode voltar a conviver com ameaças nucleares nem recuar na promoção da igualdade de gênero e luta contra o racismo. O presidente acabou tendo sua fala cortada porque estourou o tempo de 5 minutos dado aos oradores do evento

"Temos duas responsabilidades perante os que nos sucederão: nunca retroceder, não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero e todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a viver com a ameaça nuclear", afirmou.

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"Naturizar a fome de 733 milhões seria vergonhoso. Voltar atrás é colocar em xeque tudo que construímos arduamente", seguiu Lula.

O presidente ainda citou o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais na cidade norte-americana, aponta uma direção a seguir, mas que falta “ambição e ousadia” para que a entidade consiga cumprir seu papel.

Lula na Cúpula do Futuro, da ONU
Lula na Cúpula do Futuro, da ONU
Foto: David Dee Delgado

Lula também criticou o Conselho de Segurança da ONU, afirmando que a legitimidade do órgão encolhe “cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”. O presidente brasileiro lembrou que esteve na ONU, há 20 anos, e ressaltou a necessidade de reformas no organismo internacional.

Em sua opinião, houve pouco avanço na agenda multilateral de reforma do sistema ONU nos últimos 20 anos e citou como medidas positivas a Comissão para Consolidação da Paz, criada em 2005 e o Conselho dos Direitos Humanos, criado em 2006.

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Ele ainda alertou que os objetivos de desenvolvimento sustentável, mesmo tendo sido o maior “empreendimento diplomático dos últimos anos”, caminham para se tornarem o “nosso maior fracasso coletivo”.

“No ritmo atual de implementação, apenas 17% das metas da agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo. Na presidência do G20, O Brasil lançará uma aliança global contra fome e a pobreza, para acelerar a superação desses flagelos”, discursou.

Lula disse ainda que, mantido o ritmo atual, os níveis de redução de emissão de gases de efeito estufa e de financiamento climático serão insuficientes para manter o planeta seguro. “Em parceria com o secretário-geral [da ONU, António Guterres], como preparação para a COP30, vamos trabalhar para um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma de justiça, da equidade e da solidariedade”, continuou.

No discurso, Lula tocou em assuntos sobre direitos humanos, pontuando que o mundo tem como responsabilidade não retroceder na agenda de direitos humanos e de promoção da paz.

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“Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a conviver com ameaças nucleares. É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso. Voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo o que construímos tão arduamente”, afirmou.

Assembleia Geral

Na terça-feira (24), o presidente fará o tradicional discurso de abertura na Assembleia Geral das Nações Unidas. Por tradição, desde a 10ª sessão da cúpula, o presidente do Brasil é sempre o primeiro país a discursar.

A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da assembleia permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente. (*Com informações do Estadão Conteúdo e Agência Brasil) 

Fonte: Redação Terra
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