Uma aeronave da Voepass, antiga Passaredo, caiu no município de Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira, 9, deixando 62 pessoas mortas. O modelo ART-72-500 viajava de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP). Conforme informado pela prefeitura, todos os 57 passageiros e os quatro tripulantes foram a óbito.
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O avião caiu em uma área verde pertencente ao condomínio Recanto Florido, no bairro da Capela. Odair Simões, de 48 anos, que mora exatamente ao lado de onde os destroços foram encontrados, assistiu a queda da aeronave e passou por momentos de sufoco, acreditando que seria atingido de alguma forma.
"Eu entrei em pânico, não sabia para onde correr, o que fazer. Ele estava em cima de mim. Na minha cabeça, ele ia cair aqui. Era um avião muito grande. Não tinha para onde correr, eu pensei que ia morrer", disse ele, em entrevista para o jornal Folha de São Paulo.
Apesar de ter caído em área verde, alguns destroços atingiram a garagem de Luiz Augusto de Oliveira. O morador cogitou fugir, mas quando tomou a decisão era tarde demais, partes caíram em sua propriedade.
"No momento da colisão, a gente achou que era um helicóptero em pane, pelo barulho. Eu estava quase saindo da residência, com a empregada, e de repente nós vimos a aeronave já explodindo na garagem". Segundo ele, ninguém ficou ferido, porém, ele não nega que houveram danos. "Bastante coisa, mas graças a Deus foi o menor [dano] possível, só bens materiais. Só tenho que agradecer a Deus", completou.
Um adolescente, também morador de Vinhedo, relata que presenciou cenas chocantes durante a queda. Além do 'barulho terrível' que a aeronave fez por algum tempo, ele viu três corpos serem lançados no ar. A esteticista Lourdes Astolfo, de 60 anos, também ficou bastante assustada com as cenas que assistiu.
"[O barulho] deu a entender que era um caminhão sem escapamento. Quando olhamos, o avião já estava caindo. Os cachorros ficaram desesperados com o estrondo. A casa estremeceu. Pensei: 'vamos morrer'".
O que se sabe sobre o voo?
O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) por volta de 11h46 com destino ao aeroporto de Guarulhos. O acidente ocorreu por volta das 13h20 e não deixou sobreviventes. A tragédia é, atualmente, o acidente aéreo mais letal brasileiro desde 2007, quando um avião da TAM matou 199 pessoas ao tentar pousar em Congonhas.
As investigações sobre a causa do acidente ainda estão em fase inicial. Em uma coletiva de imprensa às 20h, a Voepass afirmou que a empresa está 'consternada e trabalhando com as autoridades'. O CEO da empresa, Eduardo Busch, lamentou as mortes e disse que a tripulação era experimente e competente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava em um evento em Itajaí (SC) quando soube do acidente. À situação, ele pediu um minuto de silêncio aos presentes e expressou solidariedade aos familiares das vítimas. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, afirmou que o governo paulista "vai prestar todo o suporte e divulgar todas as informações necessárias".
