O que a diplomacia brasileira pode esperar de 2025?

30 dez 2024 - 15h27
(atualizado às 15h36)

Para o Itamaraty, o desempenho da política externa do Brasil em 2024 foi bem avaliado. Na diplomacia, o próximo ano promete ser ainda mais desafiador devido a eventos globais que ocorrerão dentro e fora país, incluindo  a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas e o encontro de chefes de Estado do Brics.

Além de encontro dos líderes do BRICS, diplomacia brasileira lidará com a COP 30 em Belém
Além de encontro dos líderes do BRICS, diplomacia brasileira lidará com a COP 30 em Belém
Foto: depositphotos.com / thenews2.com / Perfil Brasil

Com a expectativa de assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia,  negociadores do governo brasileiro estão se preparando para atender às exigências ambientais do bloco europeu. Essa situação demonstra a crescente importância das credenciais ambientais nas relações internacionais do Brasil. Além disso, espera-se que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantenha uma agenda balanceada de reuniões de líderes mundiais e visitas internacionais alinhadas com cúpulas sediadas no Brasil.

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Como o Brasil se prepara para a COP 30?

A cidade de Belém terá a responsabilidade de sediar a COP 30, que representa tanto uma oportunidade quanto um desafio para o Brasil. A sequência de eventos da COP 29 em Baku, Azerbaijão, deixou algumas questões ambientais pendentes, criando uma pressão extra sobre a cúpula brasileira para proporcionar soluções efetivas.

Os diplomatas brasileiros consideram que a COP 30 tem o potencial de reforçar os compromissos com a redução de emissões de gases poluentes. A participação ativa do presidente Lula será crucial, incluindo viagens a países emissores significativos para promover a cooperação global em questões climáticas.

Quais são os objetivos do Brasil no BRICS?

Em 2025, o Brasil enfrentará desafios significativos ao liderar a cúpula do BRICS. Destaca-se a necessidade de abordar questões como inteligência artificial, debates climáticos e a situação humanitária de regiões em conflito. Além disso, a adoção de uma moeda comum é um tema controverso que, segundo diplomatas, não resultará em decisões concretas na próxima cúpula.

Há também a intenção de revitalizar o IBAS, um fórum de diálogo entre Índia, Brasil e África do Sul, que pode atuar como um contrapeso à influência chinesa no BRICS. A ampliação do BRICS foi vista como um fator que diminuiu a influência brasileira, intensificando a percepção do bloco como antiocidental.

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Brasil-China: rumo a novas parcerias?

As relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e China se fortificaram ainda mais após a visita de Xi Jinping a Brasília. A China continua a ser o maior parceiro comercial do Brasil, e novos acordos têm potencial para expandir colaborações em investimentos, ciência e tecnologia. Essa parceria estratégica será vital para o futuro econômico de ambas as nações.

Diplomacia entre Brasil e EUA

No âmbito das relações Brasil-EUA, o cenário político norte-americano apresenta desafios para a diplomacia brasileira. O próximo governo americano, liderado por Donald Trump, sugere uma agenda contrária à integração regional proposta pelo Brasil. Divergências sobre mudanças climáticas poderão surgir, mesmo que existam pontos em comum em áreas como energias renováveis e biocombustíveis.

A diplomacia brasileira está focada em manter canais de comunicação abertos e explorar áreas de cooperação potencial, apesar das diferenças políticas. A escolha do embaixador dos EUA no Brasil e a abordagem de Trump em relação à América Latina são elementos críticos nas futuras negociações bilaterais.

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