O que se sabe sobre o acidente entre dois aviões da FAB no interior de SP?

2 nov 2024 - 15h20
(atualizado às 15h35)

Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) se envolveram em uma colisão na última sexta-feira (1º) durante um treinamento em Pirassununga, município a cerca de 210 quilômetros de São Paulo. Apesar do impacto, nenhum dos pilotos se feriu.

Avião da FAB cai no interior de SP após colidir com outra aeronave
Avião da FAB cai no interior de SP após colidir com outra aeronave
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

O incidente ocorreu menos de dez dias após outro acidente com uma aeronave da FAB. No dia 22 de outubro, um caça caiu próximo à Base Aérea de Parnamirim, localizada na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte. Assim como no caso mais recente, não houve vítimas.

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Como os pilotos escaparam ilesos?

Durante o treinamento, um dos aviões conseguiu realizar um pouso seguro, enquanto o piloto da outra aeronave ejetou-se, direcionando-a para uma área despovoada. Em seguida, ele foi resgatado pela equipe de salvamento da FAB.

Os aviões eram do modelo Embraer T-27 Tucano, utilizado para instrução e demonstração aérea na Academia da Força Aérea (AFA). Esse modelo, conhecido pela manobrabilidade, é empregado em voos de instrução, manutenção e formação de controladores de defesa aérea. Além do Brasil, vários países utilizam o T-27 para fins de treinamento.

Por que os aviões estavam no local?

As aeronaves participavam de um treinamento de cadetes da AFA, instituição responsável pela formação dos pilotos da Aeronáutica. Esse tipo de treinamento é comum na região, onde a AFA realiza diversas atividades práticas para os cadetes.

As primeiras análises indicam que o leme de um dos aviões colidiu com a hélice do outro, causando danos significativos a ambas as aeronaves. A FAB afirmou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar as causas e os possíveis fatores contribuintes para evitar novos incidentes.

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Como funciona o sistema de ejeção?

O mecanismo que permitiu ao piloto ejetar-se em segurança utiliza dois sistemas: explosivo e balístico. No sistema explosivo, uma carga é acionada sob o assento, impulsionando o piloto para cima em uma linha vertical; já no sistema balístico, foguetes laterais ejetam a cadeira com sustentação adicional. "O objetivo é criar energia suficiente para o piloto se afastar cerca de 60 metros da aeronave, distância segura para que ele não seja atingido pela cauda, por exemplo", explicou Valmar Gama, diretor da Associação Brasileira de Segurança de Voo (Abravoo).

Esse sistema é capaz de funcionar em várias condições, inclusive com o avião parado e ao nível do solo. O mesmo método foi utilizado pelo piloto que se ejetou no acidente do dia 22 de outubro.

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