O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), endossou as críticas que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez aos governadores da Paraíba e do Maranhão, respectivamente João Azevedo (PSB) e Flávio Dino (PCdoB), num áudio vazado na última sexta-feira, em uma conversa com a imprensa estrangeira.
Onyx era o interlocutor de Bolsonaro na conversa e disse que o comentário do mandatário, que gerou mais uma crise para o governo, ocorreu porque esses governadores "são muito agressivos com o governo e com o presidente, partindo até para o campo pessoal". "O discurso deles em Brasília é uma coisa, na base é outra", criticou, em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 24, à Rádio Gaúcha.
Onyx ponderou que tudo isso "faz parte do jogo político" e que não haverá nenhuma espécie de boicote do governo federal aos Estados.
Na entrevista à rádio, Onyx disse que o presidente, antes de tomar posse, já havia pedido desculpas pelas "eventuais caneladas" que deu quando ainda era deputado federal, e que o presidente da República, nos comentários feitos na última sexta-feira, não quis se referir ao Nordeste de forma pejorativa quando falou dos "paraíbas".
"O presidente estava se referindo especificamente aos governadores dos Estados da Paraíba e do Maranhão", reiterou o ministro da Casa Civil. E partiu para o endosso das críticas: "Estes dois, principalmente, têm um discurso em Brasília e outro em suas bases".
Onyx assegurou, no entanto, que não há nenhuma intenção da gestão federal represar recursos aos Estados citados e que há o compromisso do governo em "fazer o pacto federativo, sem fechar as torneiras, inclusive ao Maranhão", cujo governador Flávio Dino foi classificado por Bolsonaro como "o pior deles (governadores nordestinos)".