A convocação para as manifestações marcadas para esta quinta-feira, 30, em defesa da Educação diz que "dia 30 vai ser maior", mas não é essa a expectativa entre os líderes da oposição. Reunidos nesta terça, 29, em Brasília, presidentes de PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB e representantes da Rede e do PCB avaliaram que os atos de hoje devem ser menores do que os do dia 15, quando milhares de pessoas foram às ruas em mais de 250 cidades.
O motivo, segundo os dirigentes, é que desta vez os atos foram convocados pelo movimento estudantil, enquanto no dia 15 foram acompanhados por paralisações organizadas pelos sindicatos de professores.
"É difícil que as manifestações sejam maiores do que as do dia 15, que foram muito grandes e superaram as expectativas. Mas não serão menores nem mais frágeis do que as de domingo (dia 26, em defesa do governo Bolsonaro)", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
A União Nacional dos Estudantes (UNE), organizadora do ato, confirmou protestos em 150 cidades, mas considerou que o número pode ser maior, uma vez que muitas manifestações e convocações não estão centralizadas. "Estive na Câmara dos Deputados em uma audiência pública na última semana para tentar argumentar com o ministro da Educação contra os cortes, mas ele se recusa a nos ouvir. Então será pelas ruas que ele vai ter que entender. No dia 15 levamos mais de dois milhões de pessoas para as ruas e o próximo dia 30 tem tudo para repetir esse público", disse a presidente da UNE, Marianna Dias.
Segundo levantamento da UNE, além dos 150 municípios em todos os Estados do País e no Distrito Federal - os atos serão realizados em todas as capitais e em cidades com sede ou câmpus de universidades ou institutos federais - também foram marcados protestos fora do Brasil, como em Nova York, Genebra, Lisboa, Berlim e Dublin.
As manifestações de amanhã foram convocadas pela UNE ainda durante os atos do dia 15. União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos também participam da organização.
Patidos como o PT oficializaram o apoio aos atos. Nesta terça, representantes de 30 movimentos, entre eles nove centrais sindicais e várias pastorais católicas, entregaram à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) um pedido de apoio aos atos de hoje. A entidade não se pronunciou.
Os principais sindicatos de educadores paulistas, como a Apeoesp (de professores da rede estadual) e o Sinpeem (da rede municipal de São Paulo), convocaram os docentes para paralisar as atividades e aderir ao protesto de hoje. Já na rede particular, não houve manifestação pública de paralisação de professores em nenhum colégio.