O líder opositor venezuelano Edmundo González, que se declara presidente eleito do país, denunciou o sequestro de seu genro, Rafael Tudares, nesta terça-feira, 7, em Caracas. O caso ocorre em um contexto de forte repressão e aumento da tensão política na Venezuela.
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Meu genro Rafael Tudares foi sequestrado nesta manhã. Ele estava indo à escola dos meus netos, de 7 e 6 anos, para deixá-los no início das aulas, quando homens encapuzados, vestidos de preto, o interceptaram e o levaram em uma caminhonete dourada, placa AA54E2C. Neste momento, ele está desaparecido", publicou González em sua conta no X (antigo Twitter).
A denúncia repercutiu entre lideranças opositoras. María Corina Machado, figura de destaque na oposição, revelou também nesta terça que a casa de sua mãe, localizada na Venezuela, foi cercada por agentes do governo.
"Colocaram postos de controle e sobrevoaram [a casa] com drones. A energia também 'acabou' na área. Minha mãe tem 84 anos, está doente, com problemas crônicos de saúde. Maduro e companhia, vocês não têm limite para o seu mal. Covardes", escreveu Machado nas redes sociais.
Edmundo González está atualmente fora do país em uma viagem diplomática por diversas nações do continente. Na segunda-feira, 6, esteve na Casa Branca, onde se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Mike Waltz, assessor de Segurança Nacional do ex-presidente Donald Trump, que reassumirá a presidência no dia 20 de janeiro.
Antes disso, González visitou a Argentina, onde encontrou o presidente Javier Milei, e o Uruguai, para conversas com Luis Lacalle Pou. Também planeja visitas ao Panamá e à República Dominicana, além de ter realizado uma reunião virtual com Santiano Peña, presidente do Paraguai. Após o encontro online, o governo venezuelano rompeu relações diplomáticas com o Paraguai.
Mesmo exilado na Espanha, González declarou que estará em Caracas nesta sexta-feira, 10, dia marcado para a posse presidencial de Nicolás Maduro, que deve iniciar mais um mandato de seis anos. "Por qualquer meio que seja, estarei na capital para tomar posse", afirmou González em Buenos Aires no último sábado.
A legitimidade das eleições venezuelanas divide a comunidade internacional. Enquanto 30 países questionam a transparência do pleito e não reconhecem um vencedor, cerca de 20 nações, incluindo aliados como Rússia e China, apoiam a vitória de Maduro.
A oposição, por sua vez, afirma que González venceu com 67% dos votos, enquanto o governo sustenta que Maduro foi reeleito com 51,2%.