A operação conduzida pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 11, em relação à comercialização ilegal de presentes oficiais destinados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, aponta que o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, estava em posse de 25 mil doláres em dinheiro – o equivalente a aproximadamente R$ 125 mil – que seriam pertencentes ao ex-chefe de estado.
No inquérito da PF, obtido pelo Terra, Cid conversa com outro auxiliar de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara, sobre a melhor forma de entregar o dinheiro ao ex-presidente. Na avaliação de Cid, seria melhor evitar o uso de contas bancárias.
"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ (dinheiro vivo) aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (...)", escreveu Cid a Câmara.
De acordo com os investigadores, a declaração de Mauro Cid "deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário formal para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai".
O general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, estava entre os alvos da operação da PF realizada nesta sexta-feira. A ação incluiu a execução de mandados de busca e apreensão que foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quem é Mauro Lourena Cid
Mauro Cesar Lourena Cid desempenhou um cargo federal em Miami, nos Estados Unidos, ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Ele é oficial da reserva e foi colega do ex-presidente Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em 1970.
Além disso, seu filho, Mauro Cid, foi um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro durante seu período como presidente do Brasil.