Um menino de 7 anos foi deixado em frente a uma padaria em Franca (SP) e encaminhado ao Conselho Tutelar. Seu pai, Mauro Cesar de Oliveira Silva, nega que tenha abandonado o filho. Em sua versão, enquanto esperava a criança próximo ao estabelecimento, ele acabou cochilando por causa de um medicamento para ansiedade que tomou.
Mauro conta que cuida sozinho do menino há três anos e que irá fazer de tudo para ter seu filho de volta. “A mãe abandonou, preferiu a droga. Eu falo isso e provo. Eu levo para a escola, eu peço ajuda pro povo, porque se eu mexer com droga, eu vou preso. Eu parei de vender droga faz quatro anos, por causa dele”, declarou, em entrevista à EPTV.
O caso aconteceu na manhã do último domingo, 16, e foi registrado como abandono na Polícia Civil. Por meio do Conselho Tutelar, a criança foi encaminhada provisoriamente para uma família acolhedora.
Câmeras de segurança do bairro Jardim Vera Cruz, onde a situação aconteceu, registraram o momento em que o pai deixa a criança próxima à porta da padaria, na Rua Carlos Roberto Bittar.
Na gravação é possível ver Mauro deixando o filho e saindo. Em outro trecho aparece o menino sozinho, sentado no chão e sendo amparado por pessoas que estavam no estabelecimento.
Quem acionou a Polícia Militar foi a dona da padaria, que afirmou que a criança estava descalça, com fome e sono.
‘Cochilei’
Mauro Cesar disse à emissora que havia tomado uma medicação para ansiedade na manhã de domingo, por conta de problemas familiares que está enfrentando. Ele saiu com o menino e, na volta para casa, eles resolveram passar em uma padaria para pedir água porque a criança estava com sede.
Depois de deixar o menino na padaria, ele contou que sentou na calçada, um pouco mais à frente, para esperar o filho. Mas, por causa do remédio, ele acabou pegando no sono.
“Eu falei para ele: ‘estou indo, mas vou ficar ali na esquina te esperando’. Sentei na esquina e fiquei. Nisso que eu fiquei na esquina, a mulher não deixou ele sair de lá [padaria] e eu cochilei, porque eu tinha tomado diazepam duas horas antes. Eu cochilei. As polícias passaram perto de mim e não viram eu, não sabiam quem eu era. Aí ela falou assim que eu tinha abandonado. Eu não abandonei ninguém porque eu estava ali esperando ele. Ele estava a mais ou menos umas quatro casas para frente de mim”, diz.
Denúncias anteriores
O Conselho Tutelar de Franca afirmou que já acompanhava a família por denúncias anteriores de maus-tratos. Mauro Cesar, o pai, nega as acusações. Agora, enquanto o caso é analisado pelas autoridades, o Conselho Tutelar adotou medidas protetivas para o acolhimento da criança.
A Justiça decidirá se o homem poderá recuperar a guarda da criança. Se não foram comprovadas condições para isso, o menino pode ficar sob responsabilidade de algum familiar apto ou ser encaminhado a um processo de adoção.