Parte de mina da Braskem se rompe em Maceió, mas risco de colapso 'diminuiu', diz Defesa Civil

Segundo Defesa Civil, parte da mina se rompeu por volta das 13h15 deste domingo.

10 dez 2023 - 16h49
Parte de uma mina da Braskem em Maceió se rompeu neste domingo
Parte de uma mina da Braskem em Maceió se rompeu neste domingo
Foto: EPA / BBC News Brasil

A Defesa Civil de Maceió informou que parte de uma das minas da empresa Braskem se rompeu no início da tarde deste domingo (10/12).

Segundo o órgão, uma porção da chamada mina 18 se rompeu por volta das 13h15 em um trecho da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió.

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Já a Prefeitura de Maceió informou que toda a área estava isolada e desocupada - e que não há risco para a população. Pediu também que as pessoas não se aproximem da área.

Desde o final de novembro, quando a Defesa Civil do município emitiu alerta para o possível colapso, famílias já foram retiradas de suas residências.

A BBC News Brasil ouviu relatos de pessoas que contam terem sido retiradas à força de suas casas.

Em entrevista ao portal g1 neste domingo, o coordenador da Defesa Civil, Abelardo Nobre, afirmou que as medições da Defensa Civil apontaram que o rompimento foi "pequeno" e que o risco de colapso da mina diminuiu.

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"Não existe o risco de ser ampliado, pelo contrário, agora vai entrar em um ritmo de desaceleração. O que aconteceu já estava dentro da área de previsão. Foi algo isolado e as outras áreas que estão sendo monitoradas por sensores não apresentaram nenhuma alteração", disse Nobre ao site.

Mais cedo, por meio de uma nota, a Defesa Civil afirmou que que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 era de 2,35 metros e a velocidade vertical era de 0,52 centímetros por hora, apresentando um movimento de 12,5 centímetros nas últimas 24h.

Mutange é um dos cinco bairros afetados pelos problemas em Maceió desde 2018, quando surgiram as primeiras rachaduras.

O problema foi causado pela exploração de sal-gema, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em 2019. A mineração teria causado uma instabilidade no solo.

Mapa a partir de imagens de satélite mostra áreas em monitoramento e áreas evacuadas em Maceió
Foto: BBC News Brasil

As primeiras rachaduras surgiram em fevereiro de 2018, no bairro do Pinheiro.

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Em março, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado e mais rachaduras e crateras apareceram no solo, causando danos irreversíveis a imóveis.

A evacuação foi iniciada em junho de 2019 para moradores de Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Nos últimos anos, com o agravamento dos problemas, parte do Bom Parto e do Farol foram incluídos na zona de risco.

A mina 18, localizada no bairro do Mutange, é a que corre risco de colapso. Foram registrados cinco tremores de terra somente em novembro.

Foto aérea mostra vizinhança que precisou ser evacuada em Maceió
Foto: REUTERS/Jonathan Lins / BBC News Brasil

Como a exploração começou (e terminou)?

A mineração foi iniciada em Maceió nos anos 1970, por meio da Salgema Indústrias Químicas S/A. Ela se tornaria a Braskem anos depois.

O sal-gema era utilizado para a produção de soda cáustica e PVC, e a exploração era autorizada pelo poder público.

A partir de 2019, a Braskem interrompeu completamente a exploração do sal-gema em Maceió e passou a trabalhar para o fechamento e estabilização de todas as minas.

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Desde 2018 até o momento, mais de 14 mil imóveis precisaram ser evacuados, afetando cerca de 60 mil pessoas. Os bairros se tornaram desertos, chamados de "bairros fantasmas".

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