Pediatras alertam para aumento dos casos de coqueluche no Rio Grande do Sul

Crescimento dos casos reflete baixa cobertura vacinal e reforça a necessidade de medidas preventivas, especialmente entre crianças e gestantes

11 nov 2024 - 09h54

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) emitiu um alerta diante da elevação significativa de casos de coqueluche no estado nos últimos meses. De acordo com dados epidemiológicos, até a 37ª semana de 2024, Porto Alegre registrou 79 notificações suspeitas da doença, com 48 confirmações. Dois surtos foram identificados, e outros sete estão sob investigação, envolvendo 28 pessoas.

Foto: Freepik / Porto Alegre 24 horas

A coqueluche, que pode ser prevenida por meio de vacinação, vem avançando no Brasil, seguindo uma tendência mundial de alta, observada em países como os Estados Unidos, Europa e China.

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"Observamos um aumento expressivo nas doenças evitáveis, com um crescimento superior a 900% em várias regiões do mundo e, agora, também no Brasil. A principal razão para esse cenário é a baixa cobertura vacinal, especialmente entre crianças e gestantes. É essencial lembrar que as gestantes têm direito à vacina contra tétano, difteria e coqueluche, disponível gratuitamente no SUS como parte do Programa Nacional de Imunizações. A vacinação continua sendo a medida mais eficaz para controlar esse risco", destaca o infecto pediatra da SPRS, Dr. Marcelo Scotta.

A SPRS reforça aos médicos a importância de notificar todos os casos suspeitos de coqueluche, uma doença de notificação obrigatória.

"É crucial que, durante o atendimento, o profissional de saúde realize a notificação imediata à Vigilância em Saúde pelos telefones 3289-2471 ou 3289-2472. Além disso, o tratamento deve ser estendido a todos os contactantes do paciente, como forma de prevenção", ressalta o diretor da SPRS, Dr. Benjamin Roitman.

O médico acrescenta que o exame padrão para o diagnóstico da coqueluche é o PCR para Bordetella, obtido por swab de orofaringe. Contudo, este teste não é amplamente acessível, sendo oferecido apenas em alguns locais pelo SUS e não coberto pela maioria dos convênios. Portanto, na presença de tosse prolongada por mais de 10 dias, é importante que os médicos considerem a possibilidade de coqueluche e iniciem o tratamento adequado quanto antes.

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Texto: Marcelo Matusiak/Assessoria SBP-RS

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