Peixe-agulha salta da água e fica cravado no pescoço de menino que viajava em barco

Muhammad Idul, de 16 anos, conta à BBC como o impacto do animal o jogou para fora do barco e precisou nadar até a praia para se salvar.

27 jan 2020 - 06h45
Muhammad Idul estava pescando com um amigo quando o peixe-agulha saltou da água
Muhammad Idul estava pescando com um amigo quando o peixe-agulha saltou da água
Foto: BBC News Brasil

Um adolescente indonésio contou pela primeira vez como se salvou depois que um peixe-agulha saltou do mar e atravessou seu pescoço.

Aviso: Esta reportagem contém imagem que pode ser considerada forte.

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Muhammad Idul, que estava pescando com um amigo, foi jogado para fora do barco com o impacto — nadou em desespero até a praia e foi levado às pressas para o hospital, a cerca de 90 minutos de carro.

O fato de o jovem de 16 anos ainda estar vivo, sorrindo e contando esta história se deve a um amigo com raciocínio rápido, um pouco de sorte — e cirurgiões muito cuidadosos.

O ferimento transformou Muhammad em uma espécie de celebridade, depois que as fotos do peixe cravado em seu pescoço viralizaram ao redor do mundo.

Em entrevista exclusiva à BBC Indonésia, serviço da BBC em indonésio, cinco dias após o acidente, ele conta que era para ser apenas uma pescaria noturna com um amigo de escola, Sardi.

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"O barco de Sardi partiu primeiro, eu fui depois em outro barco", relembra.

"A cerca de 500 metros da praia, Sardi acendeu a lanterna."

"Um peixe-agulha saltou de repente da água e cravou meu pescoço."

Muhammad caiu do barco e afundou na água escura. As mandíbulas longas, finas e afiadas do peixe atravessaram seu pescoço, logo abaixo do queixo até a base do crânio.

Se não bastasse isso, o peixe continuava se debatendo, empurrando o adolescente para baixo d'água, enquanto tentava escapar.

As mandíbulas longas, finas e afiadas do peixe atravessaram o pescoço do jovem
Foto: Facebook / BBC News Brasil

Muhammad pegou o peixe e o segurou com força, esperando assim evitar piorar o ferimento.

"Pedi para o Sardi ajudar — ele me impediu de tentar remover o peixe para evitar uma hemorragia", relembra.

Os meninos conseguiram nadar de volta à praia com Muhammad segurando o peixe de 75cm de comprimento nos braços e ainda preso a seu pescoço.

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O pai de Muhammad, Saharuddin, o levou às pressas para um hospital em Bau-bau, a cerca de uma hora e meia de sua vila em South Buton, nas Celebes do Sudeste (Sulawesi Tenggara, em indonésio).

Os médicos foram capazes de cortar o peixe, fazendo com que só a cabeça do animal permanecesse no corpo do jovem — mas não conseguiram remover o bico do pescoço de Muhammad, porque não tinham o equipamento adequado.

Por causa disso, eles precisaram ir para ainda mais longe, até um hospital em Makassar, capital das Celebes do Sul.

Mesmo no Hospital Wahidin Sudirohusodo, de grande porte, a equipe médica ficou surpresa com o que viu.

O diretor da unidade, Khalid Saleh, disse que foi o primeiro caso do gênero.

Cinco especialistas removeram cuidadosamente o que restava do peixe em uma cirurgia de uma hora.

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Acidente ocorreu próximo às Celebes do Sudeste, na Indonésia
Foto: BBC News Brasil

Cinco dias depois, Muhammad está ansioso para voltar para casa: seu pescoço está enfaixado e não dói mais. Ele ainda não consegue movê-lo para a direita, mas está sorrindo.

"Estamos monitorando a condição dele. Ele pode receber alta em alguns dias, mas ainda não pode voltar para sua vila porque precisa fazer mais exames", explica Khalid Saleh.

O incidente também não diminuiu o amor de Mohamed pela pesca.

"Só preciso ter mais cuidado da próxima vez. O peixe-agulha não tolera luz — foi por isso que ele saltou da água e me furou", diz o jovem.

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