'Perseguição implacável', diz Bolsonaro a jornal após ser alvo de operação da PF

Ex-presidente tem 24h para entregar passaporte; ele é investigado por propagação de fake news para invalidar resultado das eleições

8 fev 2024 - 08h44
(atualizado às 10h46)
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, 8.  "Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, afirmou ele à colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. "Me esqueçam, já tem outro governando o País", completou.

A operação, que mira Bolsonaro e seus aliados militares e políticos, investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder. 

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Bolsonaro disse à colunista que estava se inteirando das acusações e que não tinha mais detalhes da operação.

A PF deu 24h para o ex-presidente entregar o passaporte. O objetivo era recolher hoje, mas o documento não estava na casa do político de Angra, no Rio de Janeiro. 

Foram presos, conforme apuração do Terra, Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro), Marcelo Câmara (coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro), Rafael Martins (major das Forças Especiais do Exército) e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

"Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital", informou a PF.

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Ao todo, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

As medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ocorrem nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio às equipes da PF.

Fonte: Redação Terra
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