A Polícia Federal (PF) cumpre mandados nesta sexta-feira (20) para averiguar supostas irregularidades na conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.
Há indícios, de acordo com os investigadores, de que o uso do sistema se intensificou nos últimos anos do governo de Jair Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF.
O material divulgado pela PF não informa a data dos supostos crimes. A TV Globo apurou que as condutas teriam ocorrido durante a gestão Bolsonaro, quando a agência era presidida pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.
A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte do inquérito das fake news. Os detalhes são mantidos em sigilo.
Além das buscas, Moraes determinou o afastamento do cargo de diretores atuais da Abin - que foram mantidos nos postos mesmo após a troca de governo. Com um desses diretores, Paulo Maurício, a PF apreendeu grande quantidade de dólares.
Foram presos dois servidores que, por terem conhecimento do suposto esquema, coagiram colegas para evitar uma possível demissão: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky.
O ex-presidnte Bolsonaro e o deputado Ramagem não são alvos dos mandados. A fabricante do software tem um escritório em Florianópolis (SC), que também foi alvo de buscas.
🚨🚔 #OPERAÇÃOPF | PF investiga uso irregular de sistema de geolocalização por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 2 de prisão preventiva. Saiba mais: https://t.co/neO4lYyhci pic.twitter.com/Xve1UTAD7Q
— Polícia Federal (@policiafederal) October 20, 2023
* Reportagem em atualização