'Pisão no pé é motivo para atirarem em um garoto sonhador?', desabafa pai de jogador baleado no RJ

Kauan Galdino, de 18 anos, foi baleado após um desentendimento com traficante e teve morte cerebral confirmada

3 jan 2025 - 16h46
(atualizado às 18h23)
Jogador de futebol é baleado após pisar no pé de traficante
Jogador de futebol é baleado após pisar no pé de traficante
Foto: Reprodução/TV Globo

Na madrugada do primeiro dia de 2025, um pisão no pé teria sido o motivo de um trágico desentendimento que acabou causando a morte cerebral do jovem Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, baleado na cabeça. O episódio aconteceu em Queimados, na Baixada Fluminense, durante um baile.

O jovem era jogador de futebol amador e recém-selecionado para servir como paraquedista no Exército. Ele estava internado no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, em coma induzido.

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Seu pai, o motorista de aplicativo Renato Pereira, lamentou o ocorrido e expressou sua indignação ao g1: “Um pisão no pé é o motivo para atirarem em um garoto sonhador?”

Pereira relembrou os momentos felizes vividos com o filho pouco antes do ataque. Na virada do ano, Kauan recebeu a confirmação de que serviria em uma Brigada de Infantaria Paraquedista.

“Ele passou a virada com a gente. Quando entrou 2025, ele recebeu uma mensagem no telefone dizendo que ele iria para um batalhão para ser paraquedista. Meu filho começou a dançar e pular de alegria. Ele tinha dois sonhos: ser jogador e paraquedista”, contou o pai.

Poucas horas depois, o jovem decidiu sair para a casa de um tio e, em seguida, foi a um baile. Apesar dos alertas do pai para que ficasse em casa, ele decidiu ir.

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“Eu ainda pedi: ‘Meu filhinho, não vai. Não vai, por favor’. Mas ele é jovem. Ele foi”, relembrou Pereira, que foi surpreendido horas depois com a notícia de que o filho havia sido baleado.

De acordo com relatos iniciais, Kauan Galdino teria discutido com um traficante conhecido como ‘Testa de Ferro’ após acidentalmente pisar no pé do criminoso durante o baile. A discussão terminou em um disparo à queima-roupa que atingiu a cabeça do jovem.

“Atiraram num menino estudioso. Fizeram uma covardia com um menino que é bobão, quieto, que só tinha tamanho”, disse o pai.

“Não poderiam ter feito isso com um menino de ouro. Ele sempre me deu o maior orgulho. Espero que quem fez isso pague. Que a justiça seja feita.”

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso e apura informações sobre a possível morte de ‘Testa de Ferro’. O traficante, suspeito de comandar o tráfico na comunidade São Simão, em Queimados, teria sido executado por ordem do Comando Vermelho (CV), facção criminosa à qual pertencia.

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Fonte: Redação Terra
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