Entre os dias 4 e 10 de janeiro, o número de transações realizadas via Pix caiu 10,9% em comparação ao mesmo período em dezembro. Os dados são do Banco Central, e refletem a reação do público diante da fake news a respeito da taxação do Pix.
Essa redução é particularmente notável porque esse intervalo inclui as datas de pagamento da maioria dos salários, tradicionalmente um período de grande atividade financeira. Antes dessa queda, a maior diminuição havia sido registrada em janeiro de 2022, com uma redução de 7,5%.
Quais fatores influenciam a flutuação nas transações do Pix?
O Pix consolidou-se rapidamente como o meio de pagamento preferido no Brasil, superando o uso de cartões de débito e moeda em espécie, segundo pesquisa do Banco Central. No entanto, uma combinação de fatores temporais e regulamentares parece ter influenciado a recente queda nas transações. Tradicionalmente, transações diminuem de dezembro para janeiro devido a sazonalidades como o pagamento do 13º salário e os gastos de fim de ano.
Além disso, modificações nas normas da Receita Federal também causaram preocupações na população. A recente ampliação da fiscalização sobre operações financeiras levantou rumores, contribuindo para a redução das transações. A população teme que pequenas movimentações possam ser alvo de tributos, apesar da Receita Federal ter negado que o foco seja sobre pequenos comerciantes e trabalhadores informais.
Como a disseminação de informações afeta o uso do Pix?
O aumento das fake news também desempenha um papel na redução do uso do Pix. Informações equivocadas sobre a criação de novos impostos, bem como a respeito da confidencialidade das transações, levaram muitos brasileiros a hesitar em utilizar o sistema. Essa insegurança sobre a privacidade dos dados financeiros e o alcance da fiscalização tem afetado a confiança dos usuários.
O Banco Central manifestou preocupação com as notícias falsas, que comprometem a utilização deste inovador sistema financeiro, inclusive reconhecido internacionalmente. O órgão assegura que a privacidade nas transações continua sendo uma de suas prioridades.
A nova norma da Receita e seu impacto
A Receita Federal anunciou que irá sua atuação, exigindo que mais instituições financeiras divulguem informações sobre as transações de clientes. No caso de Pessoas Físicas, vale para contas com movimentações superiores a R$5 mil no Pix. Para Pessoas Jurídicas, o valor base é de R$15 mil.
Anteriormente, apenas grandes bancos eram obrigados a enviar essas informações. Agora, instituições de pagamento também passam a integrar essa lista, embora algumas já compartilhassem essas informações antes.
Essa mudança permite que o Leão tenha acesso a mais dados, possibilitando um melhor monitoramento de grandes esquemas de evasão fiscal. No entanto, a Receita destaca que seu objetivo não é a fiscalização de pequenos valores, mas sim identificar movimentações financeiras suspeitas que possam estar associadas a crimes financeiros.
O governo NÃO criou nenhum imposto sobre o pix. Não caia em fake news! 🚨 pic.twitter.com/TT80364vNg
— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) January 13, 2025