O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) foi acusado, pelo Partido Liberal (PL), de quebrar o decoro parlamentar por importunar sexualmente a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
O PL apresentou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. "A deputada Júlia Zanatta foi abordada pelo representado com comportamento inadequado e inaceitável, em ato claro e incontestável de natureza abusiva com contornos de importunação sexual e ainda violência política contra a mulher", afirmou o partido. Arthur Lira (PP-AL), o presidente da Câmara, receberá a representação e poderá encaminhá-la para o Conselho de Ética.
Zanatta publicou uma sequência de fotos nas redes sociais em que é possível ver Jerry se aproximar dela pelas costas. "Nunca dei liberdade para esse deputado e nem sabia qual era o nome dele. Se fosse uma deputada de esquerda e um deputado de direita: já sabem, né?", afirmou a deputada. Momentos depois, Jerry divulgou um vídeo que corresponderia ao mesmo momento das fotos.
Ao Estadão, o deputado disse que ele interveio porque Zanatta "estava abordando de forma extremamente agressiva a deputada Lídice da Mata (PSD-BA)". Ele afirma que, no momento em que ele se aproxima do rosto da deputada, diz: "é uma deputada com 40 anos de mandato, respeite". Márcio Jerry nega que tenha cometido qualquer crime e afirma que foi vítima de fake news.
A sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado em que ocorreu o caso, na terça-feira (11), foi encerrada por conta de um tumulto generalizado entre os parlamentares. A deputada Lídice da Mata, que também aparece no vídeo, afirmou ao Estadão que estava no fundo do plenário e se envolveu em uma discussão com outros deputados bolsonaristas. E então, Zanatta teria vindo em direção a ela. "Ela virou para mim, de dedo em riste, 'homem não pode mandar ficar calma, não? Pois então eu posso, eu sou mulher'", afirmou a deputada.