Após mais de três horas de negociação, policiais militares e agentes do Detran, da Secretaria de Segurança Pública e de fiscalização do DF legal não conseguiram desobstruir a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, bloqueada ao trânsito e ocupada por manifestantes bolsonaristas que invadiram a área para o ato de 7 de Setembro.
O governo do Distrito Federal mobilizou mais de 40 viaturas, entre elas, máquinas pesadas e caminhões dos bombeiros. Assim que o combio da PM, Detran, SSP e DF Legal se aproximou, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se sentaram enfileirados na pista e impediram a passagem. Eles não saíram mais do local.
"Temos que reestabelecer a Esplanada", disse com coronel PMDF Jorge Eduardo Naime, responsável pela operação e negociações.
O secretário de Segurança Pública do DF, Julio Danilo Ferreira, também se deslocou ao local para tentar desmobilizar os apoiadores bolsonaristas, que pregam a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele manteve conversas com representantes do grupo e da Presidência da República.
O objetivo era retirar da pista caminhões estacionados irregularmente em duas das faixas em frente aos ministérios e remover uma cozinha que abastece com arroz carreteiro os acampamentos ao redor do Ministério da Agricultura. Há no local costelas sendo preparadas na brasa, no fogo de chão, e dezenas de botijões de gás empilhados, além de barris de chope.
Os manifestantes querem entregar ao presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira, dia 9, uma denúncia contra ministros do Supremo. O presidente irá receber os manifestantes, segundo o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ).
"Espero que amanhã o presidente receba esse documento que seria entregue ao Senado e com esse compromisso cada caminhoneiro e chefe de família possa seguir sua vida", disse o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que negociava em defesa dos bolsonaristas, segundo ele, cansados e desgastados.
Ele pediu bom senso aos PMs e disse que "ninguém vai sair do acampamento".