Polícia Federal estima que aliados de Bolsonaro ganharam R$ 1 milhão com joias

Os itens foram dados de presente ao governo brasileiro em missão oficial; dentre eles, havia esculturas que foram negociadas pelo general Mauro Cesar Cid nos EUA

11 ago 2023 - 13h15

A Polícia Federal (PF) investiga a venda de joias concretizada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O faturamento, segundo estimativa da PF, com tais negócios pode ter chegado, ao menos, em R$ 1 milhão.

O general Mauro Cesar Lourena Cid, aliado do ex
O general Mauro Cesar Lourena Cid, aliado do ex
Foto: presidente Bolsonaro, teve sua imagem reconhecida pelo reflexo de uma foto para negociar esculturas em loja nos EUA (Crédito Reprodução/Globo News) / Perfil Brasil

O caso está sendo investigado pela corporação porque estes bens eram dados de presente ao governo brasileiro em missão oficial. Ou seja, todos os itens pertenciam ao patrimônio público. A PF deflagrou operação nesta sexta-feira (11) para obter provas sobre o caso e voltou "os olhos" ao general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e ao advogado Frederick Wassef.

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Os valores totais ainda estão sob investigação e não foram contabilizados com exatidão, uma vez que parte destes bens foi recomprada pelos investigados, em razão da necessidade de devolução - dos itens - ao Tribunal de Contas da União (TCU). O órgão passou a mirar os presentes dados ao ex-presidente.

Dentre as joias negociadas estão itens como esculturas e um relógio Rolex, ganhados como presentes oficiais ao governo brasileiro. A conta bancária do general Mauro Cesar Lourena Cid no exterior foi utilizada para o recebimento desses valores, segundo indica a investigação da PF.

O rosto do general do Exército foi identificado pela Polícia Federal no reflexo de uma foto usada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas pelo governo como presente oficial.

Os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo brasileiro "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", informou a Polícia Federal.

Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, afirmou a polícia em nota. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal dentro do chamado inquérito das milícias digitais e são cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ). Os fatos investigados configuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, conforme a PF.

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