A saída do ex-juiz federal Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública teve repercussão imediata. Além dos panelaços registrados nas principais cidades do País enquanto o agora ex-ministro discursava, representantes de diferentes partidos comentaram o discurso de despedida do ex-chefe da operação Lava-Jato.
Em seu discurso de entrega do cargo, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. "O presidente me quer fora do cargo", disse Moro, ao deixar claro que a saída foi motivada por decisão de Bolsonaro.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi um dos que lamentou a saída de Moro do ministério, lembrando do histórico do juiz no combate à corruupção. "O Brasil perde muito com saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Moro mudou a história do País ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso País como ministro", escreveu.
Outro ex-ministro a deixar o governo recentemente, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) parabenizou Moro pelo trabalho no governo federal. Mandetta destacou o caráter técnico do ex-ministro e agradeceu o empenho. "O trabalho realizado sempre foi técnico. Durante a epidemia trabalhamos mais próximos, sempre pensando no bem comum. Parabéns pelo trabalho Ministro Sérgio Moro. O país agradece! Outras lutas virão!."
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi um dos que preferiu se manifestar a respeito do discurso do ex-juiz. Por meio de sua conta no Twitter, Dino afirmou que Moro confessu ilegalidade ao admitir que pediu uma pensão ao presidente para aceitar o cargo. "Moro, infelizmente, confessa mais uma ilegalidade: pediu pensão ou algo similar pra aceitar um cargo em comissão. Algo nunca antes visto na história. E tal condição foi aceita ? Não posso deixar de registrar o espanto".
Outro que repercutiu pontos colocados por Moro durante seu discurso foi o ex-prefeito de São Paulo e candidato à presidente pelo PT em 2018, Fernando Haddad. "Vários crimes de responsabilidade descritos por Moro. Os ministros, especialmente os militares que ainda respeitam esse país, deveriam renunciar a seus cargos e forçar a renúncia. O impeachment é processo longo. A crise sanitária e econômica vai se agravar se nada for feito".