Búlgara Navibulgar afirma que rompimento de cabo submarino de fibra óptica não foi intencional. Navio sob suspeita de pertencer a "frota fantasma da Rússia". Autoridades da Suécia abrem investigação.A empresa de navegação búlgara Navibulgar negou nesta segunda-feira (27/01) que o navio da sua frota apreendido pela Suécia na véspera tenha danificado intencionalmente um cabo submarino de fibra óptica.
O presidente da Navibulgar, Alexander Kalchev, admitiu ser possível que o navio Vezhen tenha causado a ruptura de um cabo, mas descartou sabotagem ou qualquer outra ação intencional.
Ele citou informações obtidas da tripulação de que o navio estava navegando em condições climáticas extremamente ruins. Por fim, descobriu-se que a âncora esquerda estava aparentemente se arrastando pelo fundo do mar, alegou.
Investigações em andamento
Autoridades da Suécia iniciaram neste domingo, em conjunto com a Letônia e a Otan, as investigações a bordo do navio suspeito de sabotar um cabo submarino que conecta o país à Letônia através do Mar Báltico.
A guarda costeira sueca afirmou que o navio apreendido está ancorado ao sul da ilhota de Aspo, perto da cidade de Karlskrona. Segundo Kalchev, o Vezhen, de bandeira maltesa, estaria navegando para a América do Sul carregado de fertilizantes.
Segundo o portal de monitoramento Vesselfinder, que fornece informações sobre a localização e o trajeto de embarcações, o navio, que partiu há vários dias do porto russo de Ust-Luga, estava navegando entre a ilha sueca de Gotland e a Letônia no início da madrugada de domingo, quando se suspeita que os danos tenham ocorrido.
O cabo de comunicação pertence à emissora pública letã LVRTC. O dano foi detectado a cerca de 130 quilômetros da cidade letã de Ventspils, em águas internacionais, mas na zona econômica exclusiva da Suécia.
"Frota fantasma" russa sob suspeita
Os investigadores suecos suspeitam que o Vezhen faça parte da chamada "frota fantasma" ou "frota das sombras" da Rússia, composta por navios que a Rússia usa para contornar as sanções ocidentais às suas exportações de petróleo devido à guerra na Ucrânia.
Em dezembro, a ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, advertiu a Rússia sobre a "frota fantasma": "Quase todos os meses, navios estão danificando cabos submarinos no Mar Báltico. É mais do que difícil acreditar em coincidências. Esse é um sinal de alerta urgente para todos nós. Os cabos submarinos são artérias de comunicação que mantêm nosso mundo unido."
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, acumulam-se os incidentes de rompimento de cabos de energia, internet e telefonia no Mar Báltico.
Na semana anterior, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou o lançamento da missão de segurança Baltic Sentry, em que fragatas, aeronaves de patrulha e drones navais vão ajudar a proteger infraestruturas críticas no Mar Báltico.
Em dezembro de 2024, a polícia finlandesa apreendeu um navio petroleiro carregando petróleo russo. A embarcação teria sido usada para danificar a linha de energia Estlink 2, que liga a Finlândia à Estônia, e quatro cabos de telecomunicações, ao arrastar sua âncora pelo fundo do mar.
as/av (EFE, AFP, Lusa, AP)