Os médicos confirmaram na noite deste sábado, 21, a morte cerebral do prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, de 53 anos. O político foi alvo de um atentado a tiros na tarde da última terça-feira, 17.
O político foi atingido sete vezes por balas de uma pistola 9mm, quando saía da prefeitura. Do total, quatro disparos teriam atingido a região do pescoço, dois o membro superior direito e um o membro superior esquerdo.
Acevedo foi levado em estado grave para um hospital do município, que é vizinho a Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, região de fronteira com o Brasil.
Segundo informações do jornal La Nación, uma tomografia craniana indicou o dano cerebral significativo e ausência de fluxo cerebral.
"Somado às avaliações neurológicas e à condição clínica, levam a concluir que o cérebro deixou de funcionar em 100% de sua atividade", disse o médico David Peña.
O governador do estado de Amambay e irmão de Acevedo, Ronald Acevedo, é contra o desligamento da máquina de suporte que mantém em funcionamento dos órgãos vitais do prefeito. O político, que permanece no hospital Viva Vida com familiares, prefere esperar até quando "Deus disser que basta".
O político lamentou a perda do irmão.
"Estamos com dor na alma, sentindo a perda de um irmão. Há sete meses perdi minha filha e as investigações não foram feitas. A polícia não fez nada, ninguém do governo se aproximou. Tive que iniciar as investigações por minha conta", lamentou.
O governador ainda culpou o presidente Mario Abdo Benítez pelo atentado, por abandonar o estado afetado pelo crime organizado e tráfico de drogas.
"Sempre dissemos que estávamos em perigo, que os cidadãos não estão seguros, e nunca nos ouviram. É um líder inútil e não há outro adjetivo para lhe dar, mas não acho que haverá um julgamento político, porque parece que não há vontade por parte dos parlamentares", criticou.
O que se sabe sobre o crime
José Carlos Acevedo foi baleado na última terça-feira, 17, quando saía da prefeitura em direção ao Palácio da Justiça, que fica próximo. Ele estava desacompanhado de seguranças e conversava com um jornalista quando foi surpreendido pelo atirador, que fugiu a pé.
Pouco antes do atentado contra o prefeito, dois homens foram executados em um posto de combustível próximo a Ponta Porã. Segundo relatos, as vítimas estavam em um carro, quando um pistoleiro desceu de uma moto e efetuou os disparos.
Os dois homens foram identificados como Denis Gabriel Pereira, de 33 anos, e Luis Enrique Arguello Meza, de 2. Eles tinham passagens por homicídio e tentativa de homicídio, e morreram dentro do carro.
*Com informações de Estadão Conteúdo.