O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse nesta quarta-feira, 29, que avalia ser um "erro" a possível presença de Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Planalto. Apesar de criticar a composição com o ex-tucano, ele não descartou uma aliança entre os partidos em 2022, desde que a frente tenha "identidade de esquerda".
Segundo Juliano, a dobradinha com o ex-governador de São Paulo não faria sentido devido ao histórico do ex-tucano, que sempre se contrapôs aos candidatos de esquerda nas eleições das quais participou. Para o presidente do PSOL, Alckmin se contradiz ao figurar numa frente da esquerda, já que, segundo ele, o político não compartilha "dos mesmos valores" que o PT.
Juliano afirmou também que o ex-governador, ao lado de nomes como João Doria e João Amoedo, não agiu em 2018 para impedir que o presidente Jair Bolsonaro fosse eleito, o que também tiraria o sentido da aliança para o ano que vem. As declarações foram feitas em entrevista ao site Poder 360.
Antigos adversários e com um histórico de divergências, Alckmin e o ex-presidente Lula ensaiam uma aproximação para disputarem juntos o Palácio do Planalto no ano que vem. A aliança, recebida com surpresa por apoiadores e críticos do PT, ficou mais factível após jantar com a presença de ambos os políticos no dia 19 de dezembro. A aliança também é alvo de críticas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que usam o histórico de objeções entre o petista e o ex-tucano como munição para desqualificar a aproximação.
Atualmente sem partido, o ex-governador de São Paulo aguarda a definição de qual legenda o abrigará em 2022 para selar oficialmente um acordo com Lula. Conforme o ano eleitoral se aproxima, as tratativas mais avançadas ocorrem com o PSB, lar de seu amigo e aliado Márcio França.