PSB oficializa oposição a Bolsonaro: "natureza autoritária"

Carlos Siqueira, presidente da sigla, ressaltou que oposição não será 'sistemática', mas em questões concretas apresentadas

5 nov 2018 - 21h59
(atualizado em 6/11/2018 às 07h38)

BRASÍLIA - Os integrantes da Executiva Nacional do PSB decidiram nesta segunda-feira, 5, que o partido fará oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. O presidente da sigla, Carlos Siqueira, alegou que as posições defendidas pelo futuro mandatário são contrárias aos preceitos do partido.

Presidente do PSB, Carlos Siqueira
Presidente do PSB, Carlos Siqueira
Foto: Fátima Meira / Futura Press

"Fomos colocados na oposição pelo resultado eleitoral porque não apoiamos o candidato que ganhou e, por outro lado, e até mais importante, é porque o candidato que ganhou pensa diametralmente o oposto do que pensamos", disse ao final de uma reunião entre a cúpula do PSB.

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De acordo com Siqueira, a sigla fará oposição conforme as questões que serão apresentadas pelo novo governo. "Não será uma oposição sistemática, mas uma oposição em face de questões concretas que sejam colocadas e em defesa intransigente da democracia, da liberdade de imprensa, da preservação dos direitos sociais conquistados nos 30 anos de democracia", afirmou.

Para Siqueira, a posição é coerente com a história do partido que, de acordo com ele, combateu a ditadura Vargas e a ditadura de 1964. "O partido se oporá a qualquer governo de natureza autoritária", disse. Ele, no entanto, afirmou que os prenúncios do próximo governo "não são os melhores" porque Bolsonaro, para ele, "é um presidente que se elegeu dizendo que só aceitaria o resultado se lhe fosse favorável". "Isso é revelador do que virá pela frente", disse.

Siqueira ainda informou que o PSB procurará agora outras siglas que também serão oposição a Bolsonaro para articular como poderão atuar em conjunto. "A contradição principal doravante é se teremos ou não democracia", disse.

Questionado sobre se formaria um bloco de oposição com o PT, Siqueira demonstrou insatisfação com a sigla e não indicou se o PSB pode reabrir um diálogo com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato. O PSB elegeu 32 deputados para a próxima legislatura.

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"Na verdade, os partidos de esquerda não ficaram felizes com a declaração do PT de que há um comandante da oposição. Não haverá uma oposição, mas várias. Naturalmente faremos um bloco", disse.

O PSB já iniciou as conversas com o PDT e o PCdoB na Câmara para formar um bloco de oposição na Casa, mas as siglas não procuraram o PT para o diálogo.

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