PT pede à PGR denúncia contra Moro no caso dos hackers

Partido acusa Moro de violação de sigilo funcional e supressão de documento após supostamente acessar inquérito sigiloso da PF

26 jul 2019 - 14h15
(atualizado às 14h25)

O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou nesta sexta, 25, à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia de crime contra o ministro da Justiça, Sérgio Moro. O partido afirma que o ministro teria cometido crimes ao "acessar" o inquérito da Polícia Federal sobre a atuação dos hackers que atacaram celulares de autoridades brasileiras.

O PT acusa Moro de violação de sigilo funcional e supressão de documento, e pede uma denúncia da PGR para abertura de uma ação penal contra o ministro. O pedido cita que, se condenado, Moro poderia ser sancionado com multa, detenção por dez dias a seis meses e perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por até três anos.

Publicidade
O ministro da Justiça, Sergio Moro
O ministro da Justiça, Sergio Moro
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

O PT diz ser "espantoso" que Moro tenha acesso ao inquérito sigiloso. "Os dados (do inquérito) apenas são de acesso às partes envolvidas no processo, o que exclui por absoluto o noticiado (Moro) que, apesar de ocupar o cargo de ministro, não possui a prerrogativa de ter acesso privilegiado a informações processuais", diz o partido no documento.

O pedido cita notícias da imprensa e publicações do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e da Polícia Federal. Na quinta, 25, o STJ publicou no Twitter uma nota informando que o presidente da instituição, João Otávio de Noronha, confirma o recebimento deuma ligação de Moro "informando que o seu nome aparece na lista das autoridades hackeadas".

Para o PT, Moro divulgou informações sigilosas e ultrapassou o limite das competências do cargo que ocupa. O partido também acusa o ministro de supressão de documento em função de Moro defender que conteúdo obtido ilegalmente não tem utilidade jurídica - em nota, a PF informou que o material apreendido com os hackers por ser destruído.

Moro twittou sobre o suposto acesso ao inquérito nesta sexta. Em resposta ao UOL, que publicou uma notícia a respeito do tema, ele escreveu: "As centenas de vítimas do hackeamento ilegal têm o direito de saber que foram vítimas. Só estão sendo comunicadas. Não tenho lista, só estou comunicando alguns."

Publicidade

Veja também

PF já sabe quem está envolvido, diz advogado de dois "hackers"
Video Player
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se