O presidente russo, Vladimir Putin, propôs nesta quinta-feira (19) um "duelo" de mísseis com os Estados Unidos para demonstrar a superioridade do novo míssil balístico hipersônico russo, Oreshnik. Segundo Putin, o experimento consistiria em que ambas as nações escolhessem alvos protegidos por seus sistemas de defesa antimísseis para avaliar o desempenho das tecnologias.
"Estamos prontos para tal experimento", afirmou o presidente russo, enquanto defendia a modernidade do Oreshnik. Ele ressaltou que o míssil é baseado em designs anteriores da Rússia, mas incorpora avanços significativos.
O lançamento do Oreshnik ocorreu em novembro, em Dnipro, na Ucrânia, como resposta à utilização de mísseis ATACMs dos EUA e Storm Shadows britânicos por parte do exército ucraniano. Ambos os modelos foram utilizados em ataques contra território russo com apoio do Ocidente.
Como a proposta de Putin reflete a escalada na guerra?
A proposta de Putin surge em um contexto de intensificação do conflito na Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022 com a invasão russa. A ofensiva começou com tropas entrando por três frentes: a fronteira russa, a Crimeia e Belarus. Apesar de avanços iniciais, as forças ucranianas conseguiram resistir em Kiev e outras áreas estratégicas.
A guerra, marcada por milhares de mortes e críticas internacionais, levou a sanções econômicas severas contra a Rússia por parte de países ocidentais. Nos últimos meses, o cenário ficou ainda mais delicado. Em outubro de 2024, analistas alertaram que a guerra havia alcançado seu momento mais perigoso, com a Rússia empregando armas hipersônicas de longo alcance, capazes de carregar ogivas nucleares.
Embora os ataques recentes tenham usado cargas convencionais, a possibilidade de escalada nuclear preocupa líderes globais. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o objetivo principal de Putin é consolidar o controle sobre a região de Donbass e eliminar a presença ucraniana em Kursk, território russo parcialmente ocupado desde agosto.
Enquanto isso, relatos de inteligência apontam para o uso de soldados norte-coreanos pela Rússia no conflito, embora Moscou e Pyongyang não tenham confirmado a informação. Putin, por sua vez, mantém sua narrativa de que os avanços russos estão alinhados com os objetivos do Kremlin.