Quais candidatos os jornais dos EUA estão apoiando?

5 nov 2024 - 12h23

Na arena política dos Estados Unidos, o apoio de veículos de imprensa aos candidatos presidenciais sempre foi um termômetro de relevância. Este fenômeno molda, de certa forma, a percepção pública sobre os candidatos. Em 2024, essa prática permanece em voga com publicações, como The Las Vegas Review-Journal, New York Post e The Washington Times, oferecendo suporte explícito a Donald Trump. Entretanto, algumas grandes e históricas editoras optaram por não endossar nenhum candidato, gerando um debate sobre a importância e as consequências de tal decisão.

Esses endossos, ainda que simbólicos, oferecem um tipo de legitimação e visibilidade pública indispensável aos candidatos
Esses endossos, ainda que simbólicos, oferecem um tipo de legitimação e visibilidade pública indispensável aos candidatos
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Esses endossos, ainda que simbólicos, oferecem um tipo de legitimação e visibilidade pública indispensável aos candidatos, impactando diretamente tanto a opinião pública quanto a base de eleitores indecisos. Porém, também levantam questões sobre imparcialidade e a verdadeira influência de tais declarações na decisão dos eleitores.

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Quais as consequências de não endossar candidatos?

Os jornais The Washington Post e Los Angeles Times, que sempre foram ativos em expressar apoio a candidatos presidenciais, decidiram por não se posicionar em 2024. Esta mudança de postura resultou em consequências significativas para ambos. O Washington Post, de propriedade de Jeff Bezos, perdeu cerca de 250 mil assinantes, o que representa cerca de 10% de sua base. Por outro lado, o LA Times sofreu uma queda de 2% nas suas assinaturas, refletindo a importância que parte do público atribui ao posicionamento editorial em períodos eleitorais.

Por que algumas publicações optaram pela neutralidade?

A decisão por manter a neutralidade partiu de várias motivações para cada veículo. Segundo Jeff Bezos, endossos poderiam criar uma percepção de parcialidade, o que pode comprometer a imagem de independência buscada por jornais de renome. Para o LA Times, a neutralidade foi uma escolha influenciada pelo ambiente geopolítico, envolvendo o posicionamento de apoiadores do governo Biden em questões internacionais complicadas, como o conflito em Gaza.

A Gannett, detentora da maior rede de jornais dos EUA, também optou pela neutralidade, instruindo suas publicações, incluindo o USA Today, a não manifestar apoio a quaisquer candidatos. Esta decisão talvez reflita um ponto de inflexão na estratégia editorial das mídias, em busca de uma percepção mais imparcial aos olhos do público.

Os endossos continuam relevantes?

Embora a prática de editoriais de endosso esteja em declínio, seu impacto ainda não diminuiu completamente. Para publicações como The Las Vegas Review-Journal, New York Post e The Washington Times, apoiar Trump significa alinhar-se com um reduto fiel de leitores que busca retidão política no jornalismo. Este posicionamento pode fortalecer a imagem de tais veículos perante um público específico, enquanto outros continuam a ver potencial parcialidade na prática.

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Com o avanço da era digital e transformação dos meios de comunicação, os jornais buscam reencontrar seu papel de autoridade imparcial. Neste novo panorama, manter ou desistir dos endossos é mais do que uma questão de tradição; é um movimento estratégico na manutenção de uma relação de confiança com os leitores. A continuidade desse dilema certamente moldará o futuro da política e do jornalismo nos Estados Unidos.

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