Investigações do Ministério Público do Ceará (MPCE) revelaram um esquema complexo de corrupção envolvendo o prefeito atual da cidade de Choró, Marcondes Jucá, e seu sucessor eleito, Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto Queiroz. Ambos enfrentam acusações de participação em atividades ilícitas relacionadas a contratos municipais e favorecimento pessoal.
Logo no início de seu mandato em 2017, Marcondes Jucá decretou emergência no município, permitindo a contratação de fornecedores a preços inflacionados, sem a devida licitação. O MPCE alega que uma das primeiras ações do prefeito foi contratar um posto de combustíveis com preços significativamente superiores ao valor de mercado. Supostamente, parte deste valor era redirecionada ao grupo do prefeito, configurando um esquema de corrupção sistêmica.
Quais as implicações da operação para os envolvidos?
A operação resultou na prisão de um servidor da Secretaria de Transportes, identificado como peça chave no esquema de desvio de verbas. Este servidor teria destruído comprovantes de abastecimento para ocultar a verdadeira destinação dos recursos e fraudulentamente atribuído esses valores a veículos municipais inexistentes. Tal prática ampliou o alcance do esquema de corrupção.
Além disso, Marcondes Jucá é acusado de estruturar uma rede criminosa para obtenção de vantagens ilícitas, recebendo propinas de empresas contratadas pela prefeitura. Curiosamente, algumas dessas instalações comerciais pertencem ao prefeito eleito, Bebeto Queiroz, implicando uma conexão direta entre os dois políticos nos atos ilícitos.
💣💣💣MP DO CEARÁ E POLÍCIA CIVIL REALIZAM OPERAÇÃO EM CHORÓ. PREFEITO MARCONDES JUCÁ AFASTADO DO CARGO POR 180 DIAS.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e um de prisão: o
responsável pelo controle de abastecimento de combustível na prefeitura de Choró. pic.twitter.com/ktsqVKVJvE
— Donizete Arruda (@donizetearruda7) November 22, 2024
Esquema de propinas do prefeito
O Ministério Público sugere que Bebeto e Marcondes controlavam empresas que firmavam contratos multimilionários com o município e, posteriormente, partilhavam os valores desviados das obras e serviços. Este esquema não apenas beneficiava financeiramente os acusados, mas também envolvia outros agentes públicos, criando um círculo vicioso de corrupção.
- Empresas obtinham contratos inflados.
- Os valores excessivos eram posteriormente repassados como propinas.
- Documentos e sistemas municipais eram manipulados para ocultar irregularidades.
Além de Marcondes Jucá e Bebeto Queiroz, vereadores e servidores do município foram mencionados como beneficiários do esquema, recebendo vantagens ilícitas em troca de apoio político e proteção. As investigações levaram ao cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão em Choró e cidades próximas, resultando na coleta de vasto material probatório, incluindo dispositivos eletrônicos e documentos.
A Justiça determinou a suspensão temporária de Marcondes Jucá, vereadores e servidores envolvidos por 180 dias. As acusações variam desde crimes contra a administração pública, até corrupção ativa e passiva, com potencial para transformar drasticamente o cenário político local.