Nesta sexta-feira, 8, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, empresário de 38 anos, foi morto a tiros no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em um incidente que chamou a atenção do público e das autoridades devido às suspeitas de seu envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach, que carregava uma tornozeleira eletrônica desde junho de 2023 após seu tempo na prisão, estava jurado de morte pela facção criminosa, uma vez que seu nome estava associado a casos polêmicos envolvendo questões financeiras e crimes relacionados ao grupo.
Em 2021, surgiram acusações contra ele de ser o mandante do assassinato de dois membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, apelidado de Sem Sangue. Como resultado, Gritzbach foi preso, mas ganhou liberdade condicional dois anos depois. O pano de fundo da acusação incluía desentendimentos financeiros, especificamente uma alegação de que Gritzbach teria sumido com US$ 100 milhões destinados a investimentos em criptomoedas, conforme relatado por fontes policiais em investigações passadas.
Quais foram as acusações contra Gritzbach?
O ano de 2023 trouxe complicações adicionais para Gritzbach, que passou a enfrentar acusações de lavagem de dinheiro e financiamento de organizações criminosas. Ele teria utilizado dinheiro vindo do PCC para adquirir propriedades em áreas nobres, especificamente no condomínio Riviera de São Lourenço, localizada em Bertioga, São Paulo. Esse dinheiro, de acordo com investigações, pertenceria a Cláudio Marcos de Almeida, mais conhecido como Django, uma figura proeminente dentro do PCC.
No início de 2024, Gritzbach firmou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público, onde revelou informações sobre o envolvimento do PCC em diversas operações ilícitas. Entre as revelações, estariam esquemas que ligavam a facção criminosa ao mundo do futebol, sugerindo uma suposta participação na contratação de jogadores de renome.
Um empresário estava delatando todo mundo do PCC pro MP. Então a organização vai até o aeroporto de Guarulhos, o maior do país, e elimina o seu desafeto. Vcs sabem onde o PCC está infiltrado em São Paulo ao ponto de possuir tanta liberdade. Sem mais. pic.twitter.com/eoe6qM0mzL
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) November 8, 2024
Como o crime no aeroporto de Guarulhos aconteceu?
O fatídico ataque que resultou na morte de Antônio Gritzbach ocorreu na entrada do terminal 2 do aeroporto de Guarulhos. Após o atentado, o veículo utilizado pelos atiradores foi encontrado abandonado, sugerindo uma fuga premeditada. Unidades policiais especializadas, incluindo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Rota, foram designadas para a cena do crime, na tentativa de reunir informações e capturar os responsáveis.
As informações fornecidas por Gritzbach em seu acordo de colaboração repercutiram de forma significativa, revelando uma suspeita de que a facção criminosa poderia estar utilizando o futebol como um meio de lavagem de dinheiro. Documentos como contratos assinados, comprovantes de transações financeiras e registros de diálogos no WhatsApp sugerem uma complexa rede de operações que poderia fortalecer ainda mais a infiltração do crime organizado em diversas camadas da sociedade.
A investigação sobre essas alegações continua, com promotores analisando meticulosamente as pistas recebidas. Este caso não apenas lança luz sobre a sofisticação das operações financeiras ilícitas, mas também levanta questões sobre a segurança nos negócios do futebol e o potencial uso deste esporte por organizações criminosas como fachada para crimes financeiros.