Apontado nas investigações da Polícia Federal como sendo mentor do grupo que invadiu os celulares de altas autoridades do País, dentre elas o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, o programador Thiago Eliezer Martins responsabilizou o colega Walter Delgatti, o "Vermelho", pelo crime. Preso na superintendência da PF em Brasília desde 17 de setembro, Martins garante não saber se alguém pagou pelas mensagens ou as encomendou.
Veja abaixo quem é quem no grupo acusado de hackear autoridade:
- WALTER DELGATTI NETO, O 'VERMELHO' (PRESO)
Preso na primeira fase da Operação Spoofing, em julho, afirmou à PF ter hackeado o celular de diversas autoridades do País, incluindo de integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e do ex-juiz do caso e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. O hacker disse ainda ter repassado o conteúdo obtido ilegalmente em aplicativos de mensagens de procuradores ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil. Ele nega que tenha recebido dinheiro para isso.
- GUSTAVO ELIAS SANTOS, O 'DJ GUTO DUBRA' (PRESO)
Amigo de Delgatti, foi preso em São Paulo também na primeira fase da Operação Spoffing. No dia da prisão, agentes da PF encontraram R$ 100 mil em espécie em seu apartamento. Seu advogado argumenta que o dinheiro é referente a investimentos em bitcoins. Ele nega ter participado dos ataques virtuais e contou em depoimento ter alertado "Vermelho" de que não deveria invadir os telefones de autoridades.
- SUELEN PRISCILA DE OLIVEIRA
Mulher de Gustavo, foi presa no mesmo dia, em seu apartamento, em São Paulo. Ela foi a primeira a deixar a prisão. Em entrevista exclusiva ao Estado, 12 dias após deixar o presídio feminino em Brasília, Suelen negou ser hacker e disse que, se quisesse, poderia ter "prejudicado a vida" de Walter Delgatti Neto.
- DANILO CRISTIANO MARQUES (PRESO)
Motorista de aplicativo, é apontado como uma espécie de "testa de ferro" de Delgatti.
- THIAGO ELIEZER MARTINS, O 'CHICLETE' OU 'PROFESSOR' (PRESO)
Programador preso na segunda fase da Operação Spoofing, é apontado nas investigações como o mentor do grupo que hackeou as principais autoridades do País. A PF suspeita que foi ele quem repassou seus conhecimentos de informática e orientou "Vermelho" a fazer os ataques. Martins era conhecido pelo grupo como "professor", em uma referência à série espanhola 'La Casa de Papel'. No seriado, o "professor" é o mentor do assalto que marca a trama.
- LUIZ HENRIQUE MOLIÇÃO
Estudante também preso na segunda fase da operação, teve seu acordo de delação premiada homologado pela Justiça na semana passada. No depoimento concedido seis dias após ser detido, Molição detalhou à Polícia Federal os bastidores das invasões dos celulares de procuradores da Operação Lava Jato, com a participação de outros alvos da Operação Spoofing. Foi solto após a colaboração ser aceita.