Em 1892, a ideia de recriar uma competição há muito esquecida foi vista como um delírio. Pierre de Coubertin, na época um entusiasta dos jogos gregos, enfrentou zombarias ao sugerir a volta dos Jogos Olímpicos. Este pioneirismo do Barão de Coubertin revitalizou uma tradição antiga e estabeleceu uma nova era para o esporte global.
A jornada de Coubertin para o sucesso olímpico não foi fácil. Inicialmente descartado por companheiros, ele persistiu com sua visão, acreditando no poder do esporte como um instrumento de paz e entendimento internacional. Seu compromisso culminou na fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894, usando sua própria residência em Paris, na França, como a primeira sede. Hoje o local é marcado por uma placa comemorativa que celebra a criação da COI.
Na época, o esporte não possuía o caráter global e inclusivo que conhecemos hoje. Hoje, o COI é uma entidade de proporções monumental, com mais membros do que a própria ONU, reunindo 206 países. Esta é praticamente a quantidade de atletas que participaram da primeira edição dos Jogos, em 1896.
Back in the room where it all started 130 years ago.
This is where Pierre de Coubertin and the first ever Executive Board (EB) founded the International Olympic Committee at the Sorbonne in Paris.
The IOC EB visited the Sorbonne today. pic.twitter.com/yNoiSY0pjk
— IOC MEDIA (@iocmedia) July 19, 2024
Descoberta histórica: a carta perdida de Pierre de Coubertin
No Comitê Olímpico do Brasil, no Rio de Janeiro, uma carta escrita por Coubertin está guardada no acervo. Isso porque ela foi escrita em 1931, endereçada a Frantz Reichel, um jornalista e medalhista olímpico, como forma de se desculpar pelo adiamento de uma entrevista. "Meu caro amigo, impedido de realizar nossa entrevista, adiada para uma data posterior, lamentações e saudações. Pierre de Coubertin", escreveu o criador dos Jogos Olímpicos.
A carta foi enviada ao atleta, mas acabou sendo perdida pelo mundo e só foi encontrada quase um século depois, já no Brasil. "Nós não sabemos como ela chegou. Não foi um objeto comprado para nosso acervo. Foi provavelmente uma doação", afirmou o Paulo Wanderley, presidente do Comitê Olímpico do Brasil, ao G1.
As controvérsias sobre o pai dos Jogos Olímpicos
Apesar de ser amplamente respeitado, Coubertin também proferiu falas controvérsias. Na época, ele era contra a participação de mulheres nos Jogos e expressou diversas vezes falas racistas.
No entanto, para Alexandra de Coubertin, descendente do Barão, suas ações foram contra suas falas e demonstraram inclusividade. "A participação das mulheres e de atletas de todos os povos só aumentou enquanto o Barão cuidou diretamente dos Jogos", disse.