Real acumula queda de 21,5% em 2024 e volta a níveis próximos da pandemia

18 dez 2024 - 11h33

O dólar fechou em alta nesta terça-feira (17), cotado a R$ 6,09, após atingir R$ 6,20 durante o pregão. A moeda renovou sua máxima histórica e refletiu as preocupações do mercado com as contas públicas brasileiras.

Notas de dólares
Notas de dólares
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

No acumulado de 2024, o real já registra uma desvalorização de 21,52%, segundo o índice Ptax. Esse desempenho é o quinto pior desde 2000 e se aproxima do cenário crítico visto durante a pandemia de Covid-19, aponta o analista Einar Rivero, da Elos Ayta, à CNN.

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O que pressiona o Real e eleva a volatilidade cambial?

De acordo com Einar Rivero, a perda de força do real reflete "um cenário de pressão cambial persistente e desafios econômicos". A manutenção de juros altos pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, foi um dos fatores que ampliaram a atratividade dos títulos americanos em relação às moedas emergentes.

Além disso, o mercado tem demonstrado desconfiança em relação ao pacote fiscal apresentado pelo governo no final de 2023, que, na visão dos investidores, não apresenta medidas suficientes para equilibrar as contas públicas.

"A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O pacote fiscal do governo, divulgado no final de 2023, não conseguiu convencer os investidores", afirmou o analista.

Histórico de volatilidade

O real é historicamente suscetível a oscilações e crises. Entre 2000 e 2024, a moeda brasileira se desvalorizou em 15 anos, enquanto registrou valorização em apenas 10, sempre acompanhando períodos de pressão política, recessões e choques globais.

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Apesar do cenário atual, Rivero acredita na possibilidade de recuperação do real, desde que haja melhorias na gestão econômica e ajustes fiscais mais consistentes. "A moeda brasileira é capaz de recuperações expressivas em momentos de ajuste econômico e melhoria no cenário global", destacou.

Para 2025, o analista projeta que o desempenho do câmbio dependerá de uma política fiscal mais robusta, crescimento econômico acelerado e condições externas menos restritivas. "A resiliência cambial do Brasil ainda depende de ajustes estruturais e de uma gestão econômica mais previsível", concluiu Rivero.

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