Levantamento feito pela agência de classificação de risco Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC) mostra que o real está entre as cinco moedas que mais perderam valor frente ao dólar neste ano. Neste sentido, o primeiro lugar do ranking ficou com a Nigéria, onde a naira caiu 42,8%.
Com desvalorização menor e, portanto, na frente do Brasil, estão: lira turca (-8,7%), peso mexicano (8,1%) e franco suíço (-6,8%).
Entenda as possíveis causas da queda do Real
Em um panorama mais amplo, o ranking revela que, em 2024, várias moedas emergentes sofrem desvalorizações significativas frente ao dólar. Moedas de países como Egito e Sudão do Sul apresentam quedas superiores a 29%. Inicialmente, isso pode ser consequência dos recorrentes conflitos internos e instabilidades.
A moeda brasileira ultrapassou países como Argentina e o Japão em poucos dias. No entanto, em um ranking de 118 países, passou da 7ª para a 5ª colocação entre as que mais se desvalorizaram. A queda acumulada no ano chegou a 11,4% nesta quarta-feira (19).
"Quando a gente olha os fatores que têm levado a desvalorização de diversas moedas no mundo, principalmente os países emergentes, a gente tem como principal fator a decisão dos juros nos Estados Unidos. No entanto, vemos que o Brasil está lá em cima do ranking, ao lado da Argentina, que está numa baita crise, e com outros países da África que, em geral, vivem conflitos. E aí, então, a gente vai tentar entender quais são os motivos, já que a gente não está vivendo um confronto civil nem uma crise como a argentina. O que sobra? O descontrole fiscal", disse Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating, à CNN.
Alta do dólar
A moeda americana tem mostrado grande volatilidade nos últimos dias, chegando a picos surpreendentes. Para se ter uma ideia, no último fechamento, o dólar comercial foi cotado a R$ 5,46 segundo as taxas de câmbio Ptax. Contudo, esse movimento desperta preocupações e questionamentos sobre os principais fatores por trás dessa tendência.
Por fim, esta oscilação do dólar não é um fenômeno isolado. Parte de um contexto econômico global que envolve taxas de juros nos Estados Unidos e movimentos nas balanças comerciais de diversos países, incluindo o Brasil. Vale ressaltar que, praticamente, todas as moedas vêm sofrendo os impactos da política monetária contracionista adotada pelo Federal Reserve.