Cirurgião-chefe do Hospital Vila Nova Star e responsável pela recuperação do presidente Jair Bolsonaro, o médico Antônio Luiz Macedo disse, nesta segunda-feira, 9, que a data da alta médica depende de "quanto mais seguir o que se pede" pela equipe médica. O presidente passou por uma cirurgia para correção de hérnia incisional no domingo, 8, e já andou ao menos duas vezes no corredor do hospital nesta segunda.
"Nós amargamos, da outra vez, às custas de entrevista com ministros e tudo, vários dias de intestino sem funcionar. Ele chegou a vomitar da outra vez, teve uma pneumonia", disse Macedo a jornalistas, se referindo a uma cirurgia anterior. Está foi a quarta operação pela qual o presidente passou desde que foi esfaqueado há um ano.
Macedo afirmou que ainda não é capaz de falar se a previsão de alta está mantida, já que a dieta ainda não foi alterada - o presidente está segue uma dieta líquida. "Quer dizer, a gente, que conhece o que pode acontecer, é extremamente criterioso e cauteloso com o doente operado. Não importa que ele esteja em uma situação física e de saúde ótima", concluiu.
Sobre a possibilidade de Bolsonaro fazer um "despacho leve", o cirurgião afirmou que não há problema. "Ele está conversando com a equipe dele, com o Carlos. Agora, trabalhar mesmo (em ritmo) pesado, não dá. Ele vai começar a engolir muito ar, ficar nervoso. Por mais que seja tranquilo o trabalho, você sempre fica com um grau de estresse", explicou. "Tudo indica que as coisas estão indo muito bem."
A expectativa é que Bolsonaro seja capaz de falar mais até quinta-feira, 12 - data prevista para o vice-presidente, general Hamilton Mourão, deixar a Presidência, que ocupa interinamente. "Ele já vai estar eliminando gás e o trânsito (intestinal) vai ter ser reestabelecido. Agora, não sei até que ponto ele vai conseguir trabalhar", afirmou o cirurgião.
Existe a possibilidade, de acordo com o médico, de Bolsonaro ser capaz de fazer, em duas semanas, uma viagem a Nova York, onde teria que discursar na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro. É possível que o encontro discuta a situação da Amazônia.
As visitas ao presidente seguem restritas, ele recebe apenas os integrantes de seu time e os médicos. Ele já começou a fazer caminhadas pelos corredores do hospital, acompanhado de um fisioterapeuta.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, estão em São Paulo como acompanhantes e dormem no hospital. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fizeram visitas ao pai durante o dia e já foram embora.
No início da tarde, Bolsonaro também recebeu a visita de Mourão, que chegou e saiu sem falar com a imprensa. Os dois conversaram a sós durante 10 a 15 minutos, quando um médico interrompeu a conversa.