A Polícia Federal investiga uma tentativa de invasão do celular e de uma conta no aplicativo de mensagens Telegram do desembargador federal Abel Gomes, relator de processos judiciais derivados da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
O atentado digital ocorreu na quarta-feira, 5 de junho, e também foi praticado contra o juiz federal Flávio de Oliveira Lucas, que atuou no gabinete do desembargador, substituindo-o em período de férias. Flávio Lucas é hoje titular da 18ª vara Federal cível do Rio de Janeiro.
Segundo Gomes, a tentativa de invasão teria sido no mesmo molde da registrada esta semana pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. "No mesmo molde. Com uma pequena diferença. As ligações que recebi não foram de meu próprio número", disse o desembargador.
Ao perceber a tentativa dos hackers, Gomes acionou a Polícia Federal, que está investigando o caso. Em ofício encaminhado à PF, o magistrado ressaltou que a necessidade de "esclarecer o grau de comprometimento desta invasão em meu telefone móvel, sistemas eletrônicos, e na minha vida privada e funcional".
Para o desembargador, os criminosos tentam realizar "um tipo de terrorismo eletrônico, para intimidar autoridades. Querem fazer uma demonstração de força, mostrar que seriam capazes de entrar na vida privada e até funcional das autoridades".
Abel Gomes é relator, dentre outros, dos processos das Operações Calicute, Cadeia Velha e Furna da Onça, que têm por réus o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, empresários e agentes públicos.