Tragédias e desastres naturais, como furacões, incêndios e desabamentos, ocorrem todos os anos e sempre mobilizam o País e o mundo dependendo da gravidade. Em 2018, alguns eventos inesperados deixaram marcas profundas que jamais serão apagadas. É o caso do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que havia completado 200 anos em junho e cujo acervo de 20 milhões de itens históricos foi quase todo destruído.
Fundado por D. João VI em 1818, o museu, localizado na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte da cidade, foi tomado por chamas no dia 2 de setembro. Coleções de geologia, paleontologia, zoologia, arqueologia, entre outras, foram dizimadas pelo fogo, que se alastrou rapidamente na noite daquele domingo. Apenas cerca de 1,6 milhão de itens foram poupados da tragédia, pois estavam alocados em um prédio anexo, fora do palácio imperial. Entre eles estão amostras de plantas, um setor de animais vertebrados, lotes de animais invertebrados e uma biblioteca central com 1.560 obras raras.
Dado como destruído nos primeiros dias de buscas, o fóssil de Luzia, o mais antigo das Américas, com 12 mil anos de história, sobreviveu. A relíquia foi resgatada mais de um mês depois e precisou passar por um processo de recuperação e reintegração de partes despedaçadas.
No dia do incêndio, os bombeiros que participaram da ação para conter as chamas relataram que os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional não tinham pressão suficiente. Os profissionais precisaram buscar água em um lago próximo e chegaram a pedir caminhões-pipa. Segundo eles, o atraso no início do trabalho foi de meia hora.
O museu estava fora de seu horário de visitação no momento do incêndio. Apenas quatro vigilantes estavam no local no momento. Todos conseguiram deixar o prédio a tempo e ninguém ficou ferido.
Até hoje, a causa da tragédia ainda é desconhecida. Os peritos da Polícia Federal identificaram onde o fogo começou, mas a informação não foi divulgada para não atrapalhar as investigações. Uma hipótese a partir do relato de testemunhas e de profissionais que trabalhavam no museu é que o incêndio tenha começado no segundo andar, onde havia exposição permanente de móveis da monarquia e de itens de arqueologia brasileira e etimologia. O local ficava acima de um espaço de acesso restrito que abrigava equipamentos para produção de energia de toda edificação.
O Museu Nacional, administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vinha sofrendo com a falta de verbas. A instituição alega que o governo federal diminuiu os investimentos destinados ao museu. Segundo a UFRJ, a maior parte dos valores repassados vai para despesas obrigatórias ou inadiáveis, como folhas de pagamento. Já o governo diz que a universidade tem autonomia para gerir seus recursos e que não faltou dinheiro do Ministério da Educação ao longo dos últimos seis anos.
Desabamento de prédio no centro de São Paulo
Outra tragédia que atingiu o País foi o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, no dia 1º de maio. No caso, sete vítimas fatais foram identificadas, entre elas duas crianças. As mortes foram confirmadas pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
A causa da queda da estrutura foi um incêndio que começou no quinto andar da ocupação e se alastrou por todo o prédio. Foram 13 dias consecutivos de buscas dos bombeiros nos escombros. Ao todo, 1.700 profissionais atuaram na operação.
A Prefeitura de São Paulo informou que 291 famílias puderam comprovar que moravam no local e receberam auxílio-moradia. Até o início de agosto, ainda havia desabrigados acampando próximo ao edifício.
O prédio pertencia ao governo federal desde 2002. Subordinada ao Ministério do Planejamento, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) era o órgão responsável por gerir os imóveis de propriedade federal.
Deslizamento de terra em Niterói
Um deslizamento de terra matou 15 pessoas no Morro da Boa Esperança, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, no dia 10 de novembro, após a região ser castigada com fortes chuvas. Outras dez ficaram feridas no desastre, que atingiu 22 famílias.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) - atualmente preso pela Lava Jato -, afirmou à época que o local não era considerado de alto risco geológico. Segundo ele, a tragédia foi causada por uma rachadura na encosta.
Os meninos da Tailândia
Um drama que parou o mundo foi o dos meninos e do técnico do time de futebol Javalis Selvagens na Tailândia, entre junho e julho. Este, porém, terminou com final feliz. Eles ficaram presos numa caverna por 18 dias e conseguiram sair com vida depois de grande mobilização nacional e internacional. A nota triste foi a morte de um mergulhador que participou da missão de resgate.
Os meninos e o treinador haviam entrado no local para explorar, mas foram surpreendidos pelo rápido aumento do nível da água decorrentes de chuvas torrenciais que atingem a região na temporada de monções.
Incêndio na Califórnia
Nos Estados Unidos, um dos maiores desastres naturais causou a morte de 85 pessoas em novembro. O incêndio no norte da Califórnia, o maior da história do estado, só foi controlado depois de duas semanas e meia. O fogo destruiu 14,5 mil edifícios e 61,9 mil hectares da região.
Terremotos e tsunamis
A Indonésia foi bastante castigada por terremotos e tsunamis neste ano. Em 28 de setembro, um abalo de magnitude 7,5 seguido de tsunami devastou a ilha de Sulawesi e deixou mais de 2 mil mortos. A dez dias do fim do ano, ondas inesperadas, não detectadas pelo sistema de alerta, chegaram às costas próximas de Java e Sumatra, após a erupção do Vulcão Anak Krakatau. Mais de 400 mortes foram confirmadas.
Furacões nos EUA
Dois furacões atingiram os Estados Unidos este ano. Mesmo classificado na categoria 1, a mais baixa, o Florence matou 53 pessoas nos estado da Carolina do Norte e Carolina do Sul, em setembro. Já o Furacão Michael, no mês seguinte na Flórida, chegou à costa com ventos que atingiram 250 km/h e deixou nove vítimas.
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