Relembre 12 crimes violentos que chocaram o Brasil em 2014

8 dez 2014 - 13h38
(atualizado em 5/12/2018 às 16h18)

O noticiário de 2014 para os brasileiros não ficará marcado apenas por eventos como a Copa do Mundo de futebol ou as eleições de outubro, mas também por uma série de crimes violentos que chocaram o País. Das decapitações que expuseram a precariedade dos direitos humanos em presídios, como em São Luís, ao linchamento de inocentes a partir de boatos em redes sociais, como o ocorrido com uma dona de casa no Guarujá, o ano que se encerra no próximo dia 31 foi recheado de episódios violentos mais ou menos solucionados pela polícia - que conseguiu prender, por outro lado, serial killers nos Estados de Goiás e São Paulo.

<p>Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, Maranhão</p>
Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, Maranhão
Foto: Agência Brasil / Twitter

Veja, a seguir, a lista dos casos que mais chamaram a atenção ao longo do ano.

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JANEIRO

Decapitados em Pedrinhas

Um vídeo feito por detentos do complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, deixou o Brasil e o mundo perplexos: o material mostrou corpos de homens decapitados e torturados na unidade prisional. Nas imagens, registradas no dia 17 de dezembro de 2013, presos celebravam as mortes exibindo como troféus as cabeças de detentos mortos.

Morte de cinegrafista da Band

Câmera flagra ação de suspeitos de jogar artefato que atingiu cinegrafista da Band
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O cinegrafista Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, foi morto após ser atingido por um rojão em uma manifestação no Rio de Janeiro. Ele cobria um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no centro da cidade, no dia 6. Outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, acusados de disparar o rojão que atingiu e matou o cinegrafista, foram presos nas semanas seguintes.

MARÇO 

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O adolescente e o poste

Rapaz acorrentado, nu, a um poste na avenida Rui Barbosa, no Rio
Foto: Facebook / Reprodução

Um adolescente foi preso nu a um poste, pelo pescoço, com uma trava de bicicleta, no Rio de Janeiro. Ele perdeu parte de uma orelha. Os bombeiros usaram um maçarico para soltá-lo e o encaminharam a um hospital. Ele disse à polícia que cerca de 30 pessoas, em 15 motos, o cercaram. Pelo menos uma estava armada. No dia 12 de fevereiro de 2014, a polícia identificou dois suspeitos: João Victor Andrade de Moraes e Raphael Silva dos Santos Fernandes. Conforme a Polícia Civil, ambos têm antecedentes criminais por acusações como furto, ameaça, estupro e uso de drogas.  Outros 14 jovens foram identificados, mas não foram reconhecidos pelo adolescente. O adolescente, contudo, voltou a ser preso. Segundo a polícia, ele tentou assaltar dois turistas e acabou na delegacia no dia 18 de fevereiro.

Esquartejados em SP e no RS

Cabeça de Álvaro Pedroso foi encontrada na Praça da Sé, em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Dois esquartejamentos chocaram o país em março. O primeiro, em São Paulo, foi o do motorista de ônibus Álvaro Pedroso, de 55 anos. A vítima teve partes do corpo espalhadas pelo bairro de Higienópolis, área nobre da capital, e na praça da Sé, no centro. Três mulheres foram presas –uma prostituta que seria a amante de Pedroso foi acusada de ser a mandante. Em julho, o Ministério Público denunciou as três por homicídio triplamente qualificado.

Também em março, Valdeinei Mathias, 25 anos, foi encontrado esquartejado dentro de um contêiner de lixo, em Porto Alegre. Uma catadora de lixo localizou a cabeça da vítima dentro do contêiner na rua Alberto Bins e acionou a Brigada Militar. Foram encontrados ainda um saco com o tronco, além de outros dois com os braços e as pernas. Em abril, quatro pessoas foram presas.

Justiceiro no Carnaval

Renato Duarte Horácio, 16 anos, de Guarulhos, foi com a mãe e o irmão aproveitar o Carnaval 2014 em Gastão Vidigal, interior de São Paulo. Ele tirava fotos da festa quando dois homens, pai e avô de meninas que brincavam no local, acharam que o adolescente estava fotografando as crianças. Acusado pelos dois como pedófilo, Renato acabou na delegacia, mas o caso foi esclarecido e a polícia notou que era um engano. A história, contudo, já havia se espalhado. Fabrício Avelino de Almeida, 28 anos, que é irmão da vice-prefeita da cidade, decidiu punir o adolescente com as próprias mãos. Almeida foi à delegacia e, quando Renato saiu do prédio, correu atrás dele. O agressor teria dito: "É pedófilo? Então venha tirar a foto da minha filha, vem”. A família do adolescente e uma amiga tentaram impedir a agressão, mas não conseguiram segurar o “justiceiro”. Ele parou somente quando Renato começou a ter convulsões. O jovem morreu no hospital. O agressor foi preso em flagrante, mas foi colocado em liberdade no mesmo dia pelo juiz plantonista José Manoel Ferreira Filho, da Comarca de Votuporanga.

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ABRIL

Caso Bernardo

Menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto em um matagal na cidade de Frederico Westphalen
Foto: Facebook / Reprodução

O menino Bernardo Uglione Boldrini, 11, foi encontrado morto em um matagal na cidade de Frederico Westphalen (a 447 km de Porto Alegre). O pai do garoto, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, e uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, foram acusados pelo crime e estão presos. O corpo foi encontrado na segunda-feira (14), enterrado em um matagal. O pai do garoto chegou a registrar um boletim de ocorrência do desaparecimento.

MAIO

Linchamento no Guarujá

Retrato falado de suspeita de praticar magia negre (direita) e foto de Fabiane Maria de Jesus
Foto: Facebook / Reprodução

A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, foi morta em um linchamento na cidade do Guarujá, litoral sul de São Paulo. Segundo a polícia, Fabiane foi espancada por moradores que a teriam confundido com uma suspeita de ter sequestrado uma criança no bairro de Morrinhos para praticar rituais de magia negra. O caso teria sido motivado por uma publicação no Facebook da página “Guarujá Alerta”. Na mensagem postada na rede social, uma página mostrava a foto de uma mulher parecida com a que foi agredida. Valmir Dias Barbosa, 47 anos, foi preso dias depois e confessou participação no crime. Ele se disse “arrependido”.

Zelador esquartejado

O publicitário Eduardo Martins confessou à polícia ser o autor da morte do zelador
Foto: delamonica / Futura Press

Em 30 de maio, o zelador Jezi Lopes de Souza, 63 anos, foi morto e esquartejado no prédio onde trabalhava, na zona norte de São Paulo. Morador do edifício, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47 anos, foi preso pelo crime – assim como a companheira dele, a advogada Ieda Cristina Martins, 42 anos. Eles foram denunciados – e a Justiça aceitou a denúncia – pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, fraude processual e porte ilegal de arma de fogo (este, contra a advogada).

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Eles teriam discutido por "coisas banais, coisas de condomínio", relatou o delegado da 4ª Delegacia Seccional de São Paulo, Ismael Rodrigues. Eduardo desconfiava que o zelador furtava seus jornais, além de ter um atrito por questões de vaga em garagem. Após discutirem, os dois teriam entrado em luta corporal, quando, segundo o suspeito, a vítima caiu, bateu a cabeça no batente da porta e morreu.

AGOSTO

Presos decapitados no Paraná

Cerca de 800 presos são transferidos e reféns foram liberados
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Dois presos foram decapitados na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná, durante uma rebelião no dia 24 de agosto. Outros quatro detentos ficaram feridos. A rebelião teve início com dois agentes penitenciários e seis presos feitos reféns.

OUTUBRO

Serial Killer de Goiânia

Tiago Henrique Gomes da Rocha é escoltado pela polícia
Foto: BBC Mundo / Copyright

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26, foi preso em Goiânia na investigação que apurava uma série de assassinatos na cidade. Identificado por câmeras de segurança do local em que uma mulher foi morta, Rocha foi preso e confessou ter assassinado 39 pessoas em Goiânia. A força-tarefa formada para prendê-lo teve 25 delegados, além de 95 agentes e 30 escrivães. O objetivo era elucidar, principalmente, o assassinato de mulheres, em aparente sequencia, por um homem que agia em uma moto. Durante 70 dias, dentre outras diligências, a força-tarefa verificou mais de 150 horas de fitas de vigilância, ouviu 200 pessoas e realizou 71 laudos periciais.

DEZEMBRO

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Serial killer de Mogi das Cruzes

Jonathan Santana foi preso no dia 3 de dezembro em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, suspeito de cometer ao menos seis assassinatos na região – cinco deles, decapitações. Segundo a Polícia Civil, Santana confessou os crimes. Durante o depoimento, uma das primas do suspeito foi até a delegacia e disse que ele havia tentado matar o seu filho em uma confraternização familiar – o que ele negou. As vítimas tinham entre 34 e 69 anos.

Fonte: Terra
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