A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) identificou casos de seis pacientes transplantados que receberam órgãos infectados com HIV.
Inicialmente, uma das infecções foi descoberta quando um paciente que recebeu um coração começou a passar mal 9 meses depois do transplante. Em seguida, após uma bateria de exames, veio o diagnóstico. Após avaliações médicas detalhadas, foi descoberto que o órgão doado tinha origem em um doador soropositivo, diagnóstico que, de alguma forma, não foi detectado durante o processo inicial de triagem.
Pacientes transplantados são infectados: como isso aconteceu?
A investigação, conduzida pela SES-RJ em parceria com entidades de saúde federais, confirmou que o laboratório privado responsável pelo exame dos órgãos falhou em detectar o HIV. Este laboratório havia sido contratado em dezembro do ano anterior por meio de uma licitação pública de R$ 11 milhões. A secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello, afirmou que todos os exames futuros de triagem passaram a ser realizados pelo Hemorio a partir de 13 de setembro.
Diante do incidente, o Hemorio foi encarregado de retestar os materiais de 286 doadores, a fim de assegurar a segurança dos transplantes futuros. A SES-RJ mobilizou uma comissão multidisciplinar para apoiar os pacientes atingidos e garantir que medidas corretivas fossem adotadas para proteger futuros transplantados.
O que diz a nota
"A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.