Roberto Mangabeira Unger: "O Brasil está parado e isso é uma tragédia"

Em entrevista exclusiva, o filósofo e ex-ministro faz uma análise do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e da polarização que toma conta do Brasil

3 jul 2024 - 22h48

Nesta entrevista exclusiva, Roberto Mangabeira Unger reflete sobre o cenário político do Brasil. Estagnação, marasmo e mediocridade são as palavras do filósofo para definir a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta entrevista, Roberto Mangabeira Unger faz reflexões sobre o Brasil
Nesta entrevista, Roberto Mangabeira Unger faz reflexões sobre o Brasil
Foto: Divulgação / Perfil Brasil

Mangabeira Unger é enfático e coloca o dedo em uma ferida que ele conhece bem: foi, por duas vezes, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República nos governos Lula e Dilma Rousseff.

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Abaixo, alguns pontos abordados durante a entrevista.

Governo Lula III

Na sua opinião, Lula  'está cansado', mas não tem substituto.  Segundo o filósofo, "o narcisismo político fechou o lula-petismo na figura de Lula" e não há nenhum nome que seja tão fortalecido quanto o dele.

Quando falamos de 2026, Mangabeira afirma que Lula não deveria ser candidato à reeleição. "Deveria abrir mão e apoiar um dos governadores do Nordeste, como por exemplo, Rafael Fonteles, do Piauí."

Sucessores de Bolsonaro

Já no lado do bolsonarismo, menciono nomes como Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, governador de SP, além de Ronaldo Caiado, de Goiás.

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"O melhor para ele (Bolsonaro) e para o país seria ousar e escolher alguém de fora, que faça o que ele não fez no governo, que é promover um capitalismo popular".

Nas eleições de 2022, trabalhou junto ao candidato Ciro Gomes. Questionado sobre os eventuais erros de Ciro, afirma: "Não vejo grandes erros, mas um cenário inóspito em que a predominância daquelas duas forças políticas reforçou a necessidade do voto útil".

Polarização no Brasil

Sobre a divisão do país entre Lula e Bolsonaro, ele diz que a polarização é superficial. No entanto, destaca que há o embate entre duas tribos políticas. Porém, os dois líderes são bem parecidos no projeto de poder:

"O que predominou em ambos é, de um lado é a subordinação aos bancos, aos mercados e ao financismo e do outro lado a distribuição de assistencialismo aos pobres. O país está há várias décadas estagnado."

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Por fim, ao mencionar quem seria a terceira via capaz de 'furar' esta bolha, o ex-ministro reflete sobre a necessidade de um movimento que traga novos rumos ao país. "Pensar numa terceira via é permanecer na mediocridade", enfatiza. "Precisamos de uma alternativa a essa via única que está no poder há décadas", conclui.

Veja a entrevista completa!

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