Rússia afirma que está "aberta ao diálogo" com os EUA sobre o Ucrânia

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, também ressaltou as questões nucleares entre as duas potências

21 jun 2024 - 21h48

A Rússia destaca uma necessidade urgente de negociações de segurança com os Estados Unidos, mas insiste que essas conversas devem ser "abrangentes" e incluir a questão da Ucrânia, afirmou o Kremlin nesta sexta-feira (21).

Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin, presidente da Rússia
Foto: Agência Lusa/Via Agência Brasil / Perfil Brasil

"É impossível separar quaisquer segmentos individuais do complexo geral de problemas acumulados, e não faremos isso", declarou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, ao ser questionado sobre a disposição de Moscou em discutir riscos nucleares com Washington.

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"Estamos abertos ao diálogo, mas para um diálogo amplo e abrangente que cubra todas as dimensões, incluindo a atual dimensão relacionada ao conflito na Ucrânia e à participação direta dos EUA nesse conflito", ressaltou Peskov aos repórteres.

Os Estados Unidos refutam a alegação russa de que, ao armar a Ucrânia, tornaram-se protagonistas diretos em uma guerra destinada a infligir uma "derrota estratégica" a Moscou. Segundo os EUA, qualquer negociação sobre a guerra deve ser conduzida pela Ucrânia.

Embora a posição russa não seja nova, Peskov sublinhou que a lista de tópicos que Rússia e Estados Unidos precisam discutir está aumentando. "Esse diálogo é extremamente necessário", disse ele. "É necessário porque os problemas estão se acumulando, e há muitas questões associadas à arquitetura de segurança global."

Situação nuclear da Rússia

De acordo com Washington, é Putin quem, no terceiro ano da guerra na Ucrânia, está ampliando a lista de preocupações de segurança. Esta semana, Putin visitou a Coreia do Norte, país com armas nucleares, e assinou um acordo de defesa mútua com o líder Kim Jong-un e declarou que poderia fornecer armas russas à Coreia do Norte em resposta ao armamento ocidental da Ucrânia.

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Putin também reiterou na quinta-feira que está considerando revisar a doutrina da Rússia sobre o uso de armas nucleares. O último tratado de controle de armas, que limita o número de ogivas nucleares estratégicas que Rússia e Estados Unidos podem implantar, expira em 2026.

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