Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse neste sábado que apenas autorização da Anvisa para imunização da faixa etária de 5 a 11 anos não é o suficiente. "Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil", afirmou.O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou neste sábado (18/12) que a decisão do governo sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos será tomada apenas em 5 de janeiro.
Queiroga disse que a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não é suficiente para viabilizar a vacinação para esse grupo. Na quinta-feira, a Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer em crianças na faixa de 5 a 11 anos. Segundo a agência, existem evidências científicas de que o imunizante, aplicado em duas doses nesse público, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves causadas pelo coronavírus.
Questionado por jornalistas por que a atuação da Anvisa já não resolveria a questão, Queiroga afirmou que a decisão não é da agência, e sim dele.
"Eu sou a principal autoridade sanitária do Brasil e não abro mão de exercer as minhas prerrogativas. Porque elas decorrem da decisão do mandatário máximo da nação, que me incumbiu essa missão", afirmou
Ministério aguarda parecer
Queiroga disse que aguarda parecer da Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI). O documento será levado na próxima semana para apreciação em uma consulta pública, um mecanismo de participação social não presencial, usado por entes públicos para subsidiar o processo de tomada de decisão.
"[Só a autorização da Anvisa] não é suficiente. Porque, se você olhar todas as políticas públicas do Ministério da Saúde e verificar todas as autorizações que a Anvisa deu em relação a medicamentos, a dispositivos médicos, basta ver o que tem autorizado pela Anvisa e o que está incorporado no SUS. São avaliações distintas", explicou o ministro.
Vários países já começaram a imunizar essa faixa etária. Nos Estados Unidos, a vacinação de crianças começou em novembro e, na União Europeia, nesta semana.
Dose de reforço será antecipada para adultos
Também neste sábado, Queiroga anunciou que o Ministério da Saúde vai reduzir o intervalo de aplicação da terceira dose da vacina contra covid-19 de cinco para quatro meses. A informação foi divulgada pelo Twitter.
"Para ampliar a proteção contra a variante ômicron vamos reduzir o intervalo de aplicação da 3ª dose de cinco para quatro meses. A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco", escreveu, na rede social.
A portaria com essa alteração será publicada na próxima segunda-feira.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina da Pfizer será utilizada como dose de reforço em pessoas vacinadas com os imunizantes Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. "A opção por essa vacina levou em consideração o aumento da resposta imunológica no esquema heterólogo. De maneira alternativa, os imunobiológicos da Janssen e AstraZeneca também poderão ser utilizados na dose de reforço", diz nota do ministério.
Inicialmente com aplicação única, a vacina da Janssen também deverá ser reforçada. De acordo com o ministério, quem recebeu a vacina há dois ou seis meses pode comparecer a um posto de saúde para a segunda dose. Nesse caso, o imunizante utilizado deverá ser do mesmo fabricante.