Bolsonaro volta a falar em reeleição na Marcha para Jesus

"Se não tiver uma boa reforma política, estamos aí para mais 4 anos", disse o presidente

20 jun 2019 - 17h29
(atualizado às 17h42)

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 20, que poderá disputar a reeleição em 2022, caso não seja feita "uma boa reforma política" no Congresso antes do término do seu mandato.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro participa do maior evento evangélico do país, a Marcha Para Jesus que chega neste ano à sua 27ª edição. A caminhada começa na região da Luz, no Centro e segue até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) perto do Campo de Marte, na Zona Norte.
O Presidente da República, Jair Bolsonaro participa do maior evento evangélico do país, a Marcha Para Jesus que chega neste ano à sua 27ª edição. A caminhada começa na região da Luz, no Centro e segue até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) perto do Campo de Marte, na Zona Norte.
Foto: PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA / Estadão Conteúdo

"Se tiver uma boa reforma política, eu posso até, nesse caldeirão, jogar fora a possibilidade de reeleição. Posso fazer isso aí. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos", afirmou Bolsonaro a jornalistas após participar da Marcha para Jesus, evento evangélico que reuniu milhares de pessoas na zona norte de São Paulo.

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O presidente foi recebido no palco do evento entre vaias e gritos de "mito" pelo público que acompanhava a maratona de shows de música gospel e ouviu de líderes evangélicos o desejo para que fique oito anos na Presidência.

Mais cedo, em Eldorado, no interior paulista, o presidente já havia falado sobre a possibilidade de disputar as urnas novamente.

Em seu discurso em São Paulo, Bolsonaro fez inúmeras menções a Deus, repetiu que, embora o Estado seja laico, ele é cristão e agradeceu o apoio dos evangélicos ao seu governo. "Quem achava que sucumbiríamos logo no início perdeu. Porque nós temos a verdade e um povo maravilhoso ao nosso lado que são vocês", afirmou. "Vocês foram decisivos para mudar os destinos dessa pátria maravilhosa chamada Brasil."

Após sua participação no evento, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva na qual disse que o general Santos Cruz, recém-demitido da Secretaria de Governo, é "página virada" e voltou a defender o ministro da Justiça, Sérgio Moro, no caso dos vazamentos de conversas atribuídas ao ex-juiz da Lava Jato e procuradores da força-tarefa.

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"Eu tenho dito que o senhor Sérgio Moro é um patrimônio nacional. Nós estamos com estatais quebradas, fundos do pensões quebrados. Os delatores devolvendo mais de R$ 2 bilhões. O País foi saqueado. Ele fez um excelente trabalho. A ética é essa quadrilha que tinha aqui no passado e roubou o Brasil. E ele conversando, pelo que tudo indica, não através desses vazamentos, mas conversa ele tem. O juiz conversa com ambas as partes. Nada demais. Se é que é verdade aquilo", afirmou o presidente.

Bolsonaro disse ainda que o conceito de governabilidade mudou na gestão dele, afirmou que tem o apoio dos parlamentares para aprovar a Reforma da Previdência e que seu governo não se envolveu em nenhum escândalo de corrupção. "Algum ato de corrupção nesses seis meses de governo? Zero. Sem problema nenhum."

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