BRASÍLIA - A comitiva do governo liderada pelos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) e o secretário da Pesca, Jorge Seif Júnior, resolveu esticar a visita oficial a Fernando de Noronha, para passar o fim de semana no arquipélago. Apesar de os compromissos oficiais terem começado na quarta-feira, 28, e terminado na manhã desta sexta-feira, 30, o retorno da maioria dos integrantes só ocorrerá no domingo, 1º.
O Estadão teve acesso à relação de integrantes que participam da comitiva, bem como a agenda oficial detalhada. O grupo saiu de Brasília na manhã de quarta-feira, 28, com voo direto para Noronha, onde chegou às 11h30. Naquele dia, tinham apenas dois eventos: liberar uma área para visitação turística, o mirante "Boldró" e, depois, às 15h, fazer uma "vistoria técnica" ao Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Na quinta, foi dia de seguir com a vistoria ao parque, para depois visitar, às 15h, uma escola de ensino médio do arquipélago. Nesta sexta-feira, conforme previsto na agenda, a comitiva tinha compromisso com o ato de reabertura do parque, às 9h, depois entrega do "projeto da escada de acesso à Praia do Sancho" às 9h30 e uma reunião com o Conselho Distrital de Noronha às 10h30. Finalmente, às 11h30, para fechar o dia, uma reunião com a Associação de Pescadores da Ilha.
A caravana oficial, que não prevê ou detalha nenhum compromisso no fim de semana, inclui ainda nomes como o de Gilson Machado, presidente da Embratur, e Fernando Cesar Lorencini, presidente do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
O local de hospedagem escolhido na ilha foi a Pousada da Morena, uma das mais caras e luxuosas do arquipélago, onde uma diária em fim de semana não sai por menos de R$ 2 mil por pessoa.
A reportagem questionou o ministro Ricardo Salles sobre o assunto. O titular do Meio Ambiente informou que só deixará a ilha, de fato, no domingo, mas que voltará em voo comercial e que vai pagar sua hospedagem. Segundo Salles, parte dos integrantes da comitiva deve retornar no sábado.
O secretário da Pesca, Jorge Seif Júnior, recebeu uma mensagem com questionamentos enviada pelo Estadão, começou a elaborar uma reposta diversas vezes, mas desistiu e não enviou nenhum comentário sobre sua estadia no arquipélago.
Foram questionados ainda o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e os presidente do ICMBio e Embratur. Nenhum deles enviou posicionamento até o fechamento deste texto.